Ex-secretário da Cultura vai processar prefeitura de São Paulo após show de Daniela Mercury em ato pró-Lula

Cantora subiu ao palco e incentivou voto no petista em evento do Dia do Trabalhador, organizado pelas centrais sindicais, que custou R$ 100 mil 

Foto: Celia Santos / Divulgação

A Prefeitura de São Paulo pagou R$ 100 mil pelo show feito pela cantora Daniela Mercury no Dia do Trabalhador, nesse domingo, em evento que contou com a presença do ex-presidente Lula (PT) e de personalidades políticas ligadas ao petista. Os detalhes do orçamento foram divulgadas no Diário Oficial da cidade, nessa terça-feira.

Nesta quarta, o ex-secretário especial de Cultura e pré-candidato a deputado federal pelo PL Mario Frias disse que o pagamento do show com dinheiro público pode ser classificado de ato de improbidade administrativa e informou que vai processar o Executivo local.

De acordo com a prefeitura de São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura contratou o espetáculo, intermediado pela Califórnia Produções e Edições Artísticas, empresa da qual a cantora baiana é sócia. Durante a apresentação, na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, Daniela Mercury criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), levantou a bandeira do Partido dos Trabalhadores e incentivou o voto no petista.

Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura informou que “os cachês dos artistas que se apresentaram no evento de 1º Maio foram pagos com recursos de emendas parlamentares”. “Informamos também que o evento de 1º de Maio é organizado e realizado pelas centrais sindicais, responsáveis por toda a infraestrutura necessária”.

O ato era organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral de Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor.

Mário Frias disse, em vídeo publicado em redes sociais, que vai ingressar com ação popular contra a Prefeitura de São Paulo, porque, ao contratar Daniela Mercury “para fazer show com viés claramente político, em ato de clara e manifesta pré-campanha de Lula com dinheiro do pagador de impostos paulistano, lesou o Erário e cometeu ato abusivo de improbidade administrativa”.

O R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa de Daniela Mercury e com as centrais sindicais, mas ainda não obteve retorno.