A Sondagem Industrial RS de março, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) nesta terça-feira (26), mostra que produção e emprego estiveram em alta nas empresas gaúchas, enquanto a ociosidade diminuiu. Segundo o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, a falta ou o alto custo das matérias-primas permanece como o maior problema enfrentado no primeiro trimestre de 2022, apesar de menor na comparação com o trimestre anterior.
O indicador da produção no terceiro mês de 2022 atingiu 55,7 pontos, 3,3 mais alto que a média histórica do mês desde 2010. Isso significa que o aumento da produção foi mais intenso e abrangente do que o esperado para o período. O emprego, da mesma forma, superou a estabilidade sugerida pela média histórica do mês, de 50,2 pontos. Ao alcançar 51,8 pontos, registrou a 21ª alta consecutiva. Os índices variam de zero a cem pontos, sendo que pontuações acima de 50 indicam crescimento em relação ao mês anterior.
ESTOQUES E MATÉRIA-PRIMA
Mesmo que a utilização da capacidade instalada (UCI) na indústria gaúcha tenha chegado a 74% em março, dois pontos percentuais acima de fevereiro e três da média histórica do mês, os empresários consideraram a utilização abaixo do normal, ainda que mais próxima do que em fevereiro. O índice de UCI em relação a usual cresceu de 46,4 para 48,5 pontos no período. Os 50 pontos, nesse caso, expressam o nível de UCI usual.
Os estoques de produtos finais na indústria gaúcha no mês passado continuaram em níveis excessivos, de acordo com a pesquisa. O índice de estoques planejados alcançou 52,7 pontos, ficando ainda mais distante da marca dos 50, que indica o volume no nível esperado pelas empresas. A indústria registra acúmulo de estoques desde outubro de 2021.
A indústria gaúcha percebeu uma intensificação no aumento dos preços das matérias-primas. O índice de evolução dos preços, após três trimestres de queda, voltou a subir e atingiu 72,7 pontos (foi de 69,4 entre outubro e dezembro de 2021), apontando aumento disseminado entre as empresas.
Apesar de menos otimistas, os empresários gaúchos continuam esperando expansões da demanda (de 57,4 para 56,2 pontos), das exportações (de 56,1 para 54,1), do emprego (de 53,8 para 52,7) e das compras de matérias primas (de 56,9 para 54,3) nos próximos seis meses. O menor otimismo derrubou a intenção de investir da indústria gaúcha na passagem de março para abril: o índice caiu de 61,7 para 57 pontos. Mas a intenção de investir segue predominando para 60,8% das empresas.