A parcela das famílias mais pobres sofreu mais com a inflação no mês de março. É o que mostram os cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados nesta quinta-feira, 14. O principal motivo foi a alta dos alimentos para os consumidores mais pobres.
Em março, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostrou aceleração de preços das famílias de renda muito baixa (1,74%) e de renda baixa (1,72%). A inflação medida pelo IPCA foi de 1,62% no mesmo período, o maior resultado em 28 anos.
Com o resultado, a inflação dessas faixas de renda passou a acumular alta de 12% e 11,6%, respectivamente, nos últimos 12 meses. A inflação das famílias de renda alta, por sua vez, apresentou aumento de 1,24% em março. Neste caso, a inflação acumulada em 12 meses é de 10%.
O Ipea considera como renda muito baixa as famílias com ganhos mensais abaixo de R$ 1.808,79. No caso das famílias de renda alta, o rendimento domiciliar é superior a R$ 17.764,49. O mês de março foi marcado por forte pressão inflacionária.
De acordo com o instituto, a inflação das famílias de baixa renda foi exercida sobretudo pelos alimentos, em função da alta disseminada de preços que atingiu itens de grande relevância na cesta de consumo, como arroz (+2,7%), feijão (6,4%) e cenoura (31,5%), por exemplo. Os transportes também pressionaram, especialmente por causa do reajuste das tarifas de ônibus urbano (1,3%), mais até do que a alta da gasolina.