Primeira a prestar depoimento, nesta terça-feira, a delegada Bárbara Lomba, que investigou o assassinato do pastor Anderson do Carmo, relatou ao Tribunal do Júri de Niterói (RJ) que o controle exercido por ele sobre a vida da ex-deputada Flordelis gerou incômodo na família e motivou o planejamento do crime.
Segundo a policial, as investigações do caso mostraram que a forma como o pastor conduzia a vida política, religiosa, financeira e artística de Flordelis causou uma divisão na casa onde o casal vivia com os 55 filhos, parte deles biológica e parte adotiva.
Ainda de acordo com a delegada, o grupo que se aproximou de Flordelis nessa disputa passou a planejar o assassinato de Anderson, o que ficou evidente com a descoberta de uma troca de mensagens, analisadas pela polícia.
O depoimento de Barbara Lomba durou mais de duas horas, antes do intervalo para o almoço. Depois dos depoimentos de 16 testemunhas, o júri popular decide se condena ou absolve os quatro primeiros réus: dois filhos de Flordelis, um ex-policial militar e a ex-esposa dele.
Antes do início da audiência, os advogados de Flordelis e os da família de Anderson trocaram acusações. Janira Rocha, defensora da ex-deputada, disse que vai revelar ao júri supostos abusos cometidos pelo pastor contra as mulheres da casa na sessão em que a ex-deputada deve depor, em 9 de maio.
Já Ângelo Máximo, que representa a família da vítima, rebateu a fala afirmando que a declaração era “covarde” e que as mulheres referidas já tinham sido ouvidas pela polícia sem nunca ter relatado abuso.