Furando bolhas e misturando mundos. É assim que a ONG Misturaí completa seus 4 anos de história. Criada em abril de 2018, a instituição começou atuando em comunidades vulneráveis de Porto Alegre, principalmente na Vila Planetário e Morro da Cruz. Em pouco tempo, foi reconhecida como uma organização com entrada nas periferia.
Em 2019, a Misturaí passou oficialmente a fazer parte do ecossistema da capital gaúcha, estando presente em 14 regiões da cidade. “Nossa principal bandeira desde o começo é furar bolhas, misturar mundos e trazer pessoas de fora da comunidade para aprender, ensinar e vivenciar a Misturaí”, afirma Adriana Linhares, vice-presidenta da organização.
PANDEMIA
Metade da história da ONG foi vivenciada em meio a pandemia de Covid-19, a qual provocou inúmeros desafios, mas a solidariedade foi capaz de superar as adversidades. “O que poderia fechar nossas portas nos deu forças para criar o Amparaí”, relembra Adriana, sobre um dos projetos mais recentes, que se constitui em uma frente de trabalho contra a fome e o desabastecimento em tempos de coronavírus.
Em dois anos, o projeto distribuiu mais de 190 mil quentinhas, quase 30 mil cafés e cerca de 7 mil cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Já o Regeneraí é o projeto de educação ambiental da Misturaí. A Vila Planetário, onde fica a sede social da ONG, foi o local escolhido para ser o piloto de uma proposta de desenvolvimento sustentável em comunidades mais vulneráveis de Porto Alegre. A proposta é transformar a Vila em um modelo de baixo carbono, sustentável e resiliente, através da melhoria dos processos locais para a gestão dos resíduos, engajamento e capacitação da mão de obra local e implantação de energias renováveis.
Além dessas ações, o Costuraí é a iniciativa que oferece cursos gratuitos de costura, bordado, pintura e tear para geração de renda e empreendedorismo social. Desde o seu início em 2019, já são 30 costureiras formadas e 5 comunidades beneficiadas.
A Misturaí também trabalha com o apoio a outros projetos: na Chácara do Primeiro, está ajudando na construção do prédio para a associação que irá abrigar os projetos da região. Já na Ilha do Pavão, foi possível atender cerca de 15 mil pessoas com a instalação de 26 caixas d’água, amenizando problemas de longa data dos moradores. Atualmente, a ONG conta com a participação de 125 voluntários e 20 prestadores de serviços, mas quer continuar ampliando a sua atuação.