A seis meses das eleições, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que os votos “serão contados” no pleito deste ano. Ele disse ainda se sentir confortável por não “haver um comunista” no Palácio do Planalto e voltou a criticar, sem citar nominalmente, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que me conforta é saber que naquela cadeira que ocupo em Brasília não tem nenhum comunista sentando lá. Podem ter certeza, tem poucas pessoas em Brasília que mandam muito, mas nenhuma delas mandam [sic] em tudo. Os votos por ocasião das eleições de outubro serão contados”, afirmou Bolsonaro.
“Não somos obrigados a acreditar em duas ou três pessoas, como se elas fossem os donos da verdade. A verdade está com seu povo. E o maior exército do Brasil, que são vocês, estão conosco também. Hoje, no Brasil, duas ou três pessoas querem roubar a nossa liberdade. Não conseguirão”, completou.
As declarações foram dadas por Bolsonaro durante cerimônia de inauguração da duplicação da BR-116 e da BR-392, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. O presidente, que tenta a reeleição em outubro, agradeceu nominalmente ministros e ex-ministros do governo e até a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mas não citou o vice-presidente Hamilton Mourão, presente na cerimônia e pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Bolsonaro mencionou os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Marcelo Queiroga (Saúde) e os ex-ministros Onyx Lorenzoni, pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul, e Tarcísio Freitas, pré-candidato ao Governo de São Paulo.
“Esse nosso governo é uma grande equipe. Uma equipe mais que preocupada, que se dedica para fazer com que os problemas da nossa nação sejam resolvidos. Um governo que não esteve ao lado do politicamente correto”, destacou.
Bolsonaro se referiu tanto a Onyx quanto ao senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), ambos pré-candidatos ao governo do RS. Como o R7 mostrou, os políticos vêm travando uma disputa nos bastidores pelo posto de candidato bolsonarista no pleito gaúcho.
Bolsonaro voltou a defender que não há suspeitas de corrupção no atual governo, apesar de o ex-ministro Milton Ribeiro ser alvo de investigação por suposto pedido de propina em troca de liberação de verbas, em um esquema ilegal que envolve pastores sem cargos públicos no Ministério da Educação. O presidente também argumentou que o governo não errou diante da pandemia de Covid-19.