O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, que o Brasil vai passar, nos próximos dias, do estágio de pandemia para o de endemia de Covid-19. O chefe do Executivo voltou a dizer que não errou durante a gestão à frente do problema sanitário, que já vitimou mais de 600 mil pessoas no país.
“Vivemos um momento atípico: a guerra e a pandemia. Eu acho que, nos próximos dias, passaremos de pandemia para endemia. A gente vai se adequando, vai buscando cada vez mais agir de forma correta no tocante à pandemia, que está acabando”, disse. “E digo a vocês: não errei nada sobre a pandemia, mas tudo bem, não sou médico, mas busquei zelar pela autonomia do médico”, completou.
Na semana passada, no entanto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a mudança de pandemia para endemia não cabe aos países. “Nessa legislação, compete ao ministro estabelecer a duração da emergência sanitária, e não a prerrogativa de converter pandemia em endemia”, afirmou. Queiroga acrescentou que “ninguém decreta a pandemia”, e que “reconhecer o estado pandêmico” cabe à Organização Mundial de Saúde (OMS), dando a entender que não há como o governo brasileiro, isoladamente, mudar esse status.
Como mostrou o portal R7, o Ministério da Saúde articula revogar o decreto de emergência em razão da pandemia, editado em 2020. A dificuldade, porém, é dar saída para mais de duas mil normas, de estados e da União, vinculadas diretamente à portaria.
Corrupção
Bolsonaro voltou a negar que haja corrupção no governo, mas disse que procura se antecipar para evitar escândalos. Recentemente, Milton Ribeiro pediu demissão do cargo de ministro de Educação por estar no centro de uma investigação sobre pedido de propina em troca de liberação de verbas, em um esquema ilegal que envolve pastores sem cargos públicos no governo.
“Eu vi na imprensa que haviam sete suspeitas de corrupção. Puxa vida. Chegaram a isso? Sete suspeitas de corrupção? Buscamos fazer a coisa certa e investimos muito na prevenção”, rebateu. “A gente sempre procura se antecipar àqueles que, de vez em quando e até por boa fé, erram. E a gente não quer o escândalo, a gente quer resolver o assunto”, completou.
As declarações foram dadas por Bolsonaro durante cerimônia, realizada no Banco do Brasil, de lançamento de dois programas, nesta quinta. O primeiro trata da emissão da primeira Cédula de Produto Rural voltada à preservação ambiental e o outro antecipa frete a caminhoneiros autônomos do país. Na cerimônia, Bolsonaro destacou que conversou com Guedes para viabilizar a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para mototaxistas. Recentemente, o governo zerou as taxas, mas para taxistas, especificamente.