Bitello, Elias e Gabriel Silva: jovens mudam astral e acrescentam qualidade técnica ao pentacampeão

Com a chegada de Roger Machado, garotos ganharam mais oportunidades e se consolidaram peças importantes no título gremista

Bitello foi um dos principais atletas da equipe no Gauchão | Foto: Fabiano do Amaral

O pentacampeonato gaúcho do Grêmio conquistado neste sábado diante do Ypiranga na Arena contou com a contribuição de três jovens atletas, que com funções e importâncias diferentes foram essenciais para o time de Roger Machado mudar sua fotografia e seu nível de atuação. Os meias Gabriel Silva, 20 anos, Bitello, 22 anos, e o atacante Elias, de 20 anos, ganharam a confiança do técnico e justificaram suas escalações dentro de campo. Elias – artilheiro da competição com 5 gols – e Bitello como titulares na campanha do título. Gabriel Silva vindo sempre do banco e dando boa resposta. Assim, o Tricolor construiu a conquista estadual e viu o astral do elenco abatido pelo rebaixamento em 2021 se alterar internamente.

“Os jovens não tem que ser a solução. Eles precisam ser a esperança do Grêmio”, disse Roger Machado após o Grêmio empatar por 1 a 1 com o Novo Hamburgo no Estádio do Vale. Ali, a intenção era evitar empolgação ou cobranças exageradas dos garotos. Apesar da declaração, aos poucos, o treinador foi consolidando Bitello e Elias como titulares de seu time nas vagas de Janderson e Thiago Santos. A dupla começou atuando nas primeiras duas rodadas pelo time de transição, mas passou a receber menos oportunidades quando Vagner Mancini promoveu o retorno da equipe principal. Vindo da Copa São Paulo de Futebol Júnior, o meia Gabriel Silva era quem tinha mais chances com o ex-treinador tricolor.

O ingresso de cada um na equipe, no entanto, aconteceu de modo diverso. Logo na estreia, Roger montou seu time com Gabriel Silva centralizado e Bitello compondo a meia cancha. A estratégia deu certo. 4 x 0 diante do São Luiz com uma bela atuação na Arena. Elias veio do banco e também contribuiu na construção do placar. Diante do Mirassol, porém, a dupla começou novamente jogando e assim como todo time sucumbiu na eliminação da Copa do Brasil. Elias entrou ao longo do duelo e desperdiçou chances de gol. No Gre-Nal, considera o “pior Gre-Nal” da vida do presidente Romildo Bolzan Júnior. Elias começou jogando. Gabriel Silva e Bitello vieram do banco. Eles não conseguiram repetir o nível da estreia de Roger.

Jovens crescem e se consolidam

Questionado outra vez sobre a utilização dos jovens, Roger pontuou: “Em alguns momentos, me perguntam sobre os jovens. Eu tenho uma responsabilidade grande com o Grêmio e também com os atletas. Quero que eles tenham uma característica sustentável. O torcedor não precisa ter paciência com eles”, finalizou, blindando os garotos das críticas e justificando a razão deles ainda não estarem firmados entre os titulares.

No jogo seguinte, diante do líder da classificação geral Ypiranga, na Arena, Roger montou uma estratégia com Elias e Bitello entre os titulares. A vitória consistente por 2 a 0 deu indicativos de que o caminho poderia ser este. No Gre-Nal do Beira-Rio, pela semifinal, o técnico gremista teve a certeza. Deslocando Elias para jogar na ponta, deixando Diego Souza centralizado, repetindo Villasanti abrindo o meio de campo e Bitello como segundo volante, o Grêmio obteve um resultado histórico e expressivo: 3 a 0 na casa do maior rival. Elias e Bitello, inclusive, marcaram um gol cada no jogo, referendando ainda mais as escolhas de seu comandante.

Com um placar tão expressivo, diante do Inter, Roger fixou essa escalação e esse modelo até o final do campeonato. A receita se mostrou correta. Na final contra o Ypiranga, em Erechim, novamente uma boa atuação. Desta vez, especialmente Bitello, conduzindo o ritmo do meio de campo gremista. Gabriel Silva também veio do banco. No jogo de volta, mais uma vez o rendimento correto. No primeiro gol do jogo, Bitello cobrou falta na trave, no lance que originou o tento do zagueiro Bruno Alves, dando o toque especial ao quinto título estadual do Grêmio seguido e o primeiro dos três jovens.

Consolidados na equipe do técnico Roger, o trio carrega a expectativa da torcida, que se acostumou com soluções vindas das categorias de base nos últimos anos, de uma campanha sem sustos na Série B na luta pelo acesso. No lado da direção, além do rendimento em campo, os atletas podem futuramente significar alívio para os cofres diante do baque e da e da queda das finanças na segunda divisão.