Cresceu cerca de 77%, entre fevereiro e março, no país, a média móvel de novos casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 0 a 4 anos, mostra o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira.
Desde a primeira semana de fevereiro e até 19 de março, o número de casos passou de aproximadamente 970 para cerca de 1.870 por semana. Entre as crianças de cinco a 11 anos, o aumento na média móvel no mesmo período chegou a 216%, saindo de cerca de 160 casos semanais para uma média estimada em 506. A análise aponta, ainda, a interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 (Covid-19) na faixa de 5 a 11 anos de idade.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios teve a seguinte divisão: 1,3% Influenza A, 0,3% Influenza B, 15,8% vírus sincicial respiratório, e 73,8% Sars-CoV-2 (Covid- 19). Entre os óbitos, os vírus responsáveis foram: em 0,7% dos casos, Influenza A; 0,0%, Influenza B; 0,1%, vírus sincicial respiratório (VSR), e 98,5%, Sars-CoV-2 (Covid-19).
Os dados laboratoriais preliminares sugerem aumento nos casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) na faixa etária de 0 a 4 anos de idade. O VRS, que pertence ao gênero pneumovírus, é um dos principais agentes de infecção aguda nas vias respiratórias em crianças pequenas, que pode afetar os brônquios e os pulmões. É responsável pela bronquiolite aguda e pneumonia.
A curva nacional dos casos de SRAG mantém sinal de queda nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas), acompanhando a queda nos casos associados à Covid-19. No entanto, mostra indícios de possível início de estabilização.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, explica que os registros de Sars-CoV-2 mantêm predomínio entre os casos com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios em todas as faixas etárias analisadas, exceto nas crianças de 0 a 4 anos de idade. Gomes ressalta que, apesar da manutenção do cenário de queda na população em geral, a incidência de SRAG em crianças de 0 a 11 anos teve ascensão significativa em diversos estados ao longo do mês de fevereiro, estando associada tanto a casos de VSR nos mais pequenos (0 a 4 anos), quanto também a casos de Covid-19 no grupo de 5 a 11.