A Polícia Federal abriu inquérito para investigar suposto tráfico de influência de pastores no Ministério da Educação. A corporação recebeu um pedido da Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar eventual favorecimento ilegal no repasse de verbas do Fundo Nacional de Educação (FNDE).
Nessa fase inicial, de acordo com informações obtidas pelo portal R7, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, não é investigado. No entanto, ele já é alvo de um inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. A nova investigação teve início ainda nessa quinta-feira. O diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, não quis comentar o caso.
As suspeitas começaram após o vazamento de um áudio em que o ministro Milton Ribeiro relata privilegiar os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura. Ele fala, na gravação, que, com isso, atende um pedido do presidente Jair Bolsonaro. Dias depois, o ministro alegou que não teve influência do chefe do Executivo no caso e afirmou que os recursos da pasta são enviados aos estados e municípios levando critérios técnicos em consideração.
A CGU explica, no pedido de abertura de inquérito, que recebeu, em agosto do ano passado, “uma denúncia anônima que tratava de possíveis irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e outra sobre oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para liberação de verbas no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)”. De acordo com o órgão, três servidores foram destacados para acompanhar o caso ainda em setembro.
Nessa quinta, o ministro da CGU, Wagner Rosário, colocou-se “a par” das acusações, conforme o R7, embora Milton Ribeiro tenha dito que denunciou o caso – ele mesmo -, ainda em agosto, ao órgão. Após isso, as informações foram enviadas à PF, com pedido de abertura de inquérito.