Enfim, chegou a data em que o governador Eduardo Leite anunciará seu futuro político. Após estar com os dois pés no PSD, de Gilberto Kassab, a tendência é a de que Leite permaneça no PSDB. A possibilidade de reviravolta no cenário foi deflagrada após a cúpula nacional tucana intensificar as articulações pela permanência do governador gaúcho entre seus quadros. Inicialmente, a proposta era a de que Leite renunciasse ao Piratini e assumisse a presidência nacional do PSDB. Desta forma, asfaltaria o caminho para a próxima sucessão ao Planalto, permanecendo na disputa. A oferta, no entanto, evoluiu e cresceram as chances de concretização de uma troca no representante do partido na corrida ao governo federal.
Segundo o presidente estadual do PSDB, deputado federal Lucas Redecker, o fato de o governador de São Paulo, João Doria, ter vencido as prévias, não significa uma posição consolidada. “O PSDB está em busca da composição de alianças e a opinião dos partidos que podem se juntar a nós terá peso. Caso Leite seja considerado mais competitivo, não há motivo para ele não ser escolhido e homologado na convenção”, disse Redecker, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba. O movimento, no entanto, representaria uma bela puxada de tapete em Doria. O PSDB, porém, mais do que a preocupação com a reação de Doria, no caso de revés, está focando na própria salvação. “É real o temor de uma redução ainda mais drástica do partido. Em 2018 perdemos tamanho e espaço. Por ora, Doria é um candidato menos competitivo em função de sua alta rejeição”, justificou Redecker.
Sobre renunciar ao Piratini sem ter a certeza de que de fato será o candidato ao Planalto, Redecker foi taxativo: “Não há conquistas sem riscos”. Caso Leite permaneça no PSDB, o vice Ranolfo Vieira Júnior se torna o candidato natural do partido na sucessão ao governo gaúcho. Sua pré-candidatura, dependerá, no entanto, das negociações com outros partidos, como o MDB, visando a formação de uma chapa majoritária mais competitiva.