A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele é suspeito de se envolver em um esquema de tráfico de influência na pasta. Pastores que sem cargo público podem ter atuado para induzir a liberação de verbas para municípios.
O pedido deve ser protocolado no Supremo ainda nesta quarta-feira, de acordo com fontes ouvidas pelo R7. Além da PGR, a Corte recebeu outros quatro pedidos de investigação.
As suspeitas tiveram início com um áudio publicado pela Folha de S.Paulo em que o ministro relata dar prioridade para a liberação de recursos para municípios indicados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Em seguida, em um outro áudio, o prefeito de Luis Domingue (MA), Gilberto Braga, fala que um pastor pediu a ele 1 kg de ouro em propina para influenciar o repasse de verbas pelo Ministério da Educação.
A investigação solicitada pela PGR deve focar nas duas linhas de investigação, tanto na influência dos religiosos junto ao ministro Milton Ribeiro e no eventual repasse de propina para influenciar na liberação de verba pública. Na gravação, o ministro cita um pedido pessoal do presidente Jair Bolsonaro para atender os pastores.
Em nota, Ribeiro rebateu as acusações, disse que não existe a possibilidade de que os recursos sejam repassados em razão de influências na Pasta, e alegou que todas as decisões seguem caráter técnico. O ministro também negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha feito recomendações.