No segundo dia da missão oficial do Rio Grande do Sul nos Estados Unidos, o governador Eduardo Leite defendeu que a obrigatoriedade do uso de máscaras no país precisa ser revista. Em visita ao Goldman Sachs, grupo financeiro multinacional sediado no Financial District, de Nova Iorque, Leite apresentou o portfólio gaúcho de concessões e privatizações para investidores e destacou que o grupo mostrou interesse em participar do South Summit, que deve ser realizado em maio na capital.
Em Nova Iorque, Leite disse que entende a preocupação da população com o uso das máscaras, admitiu que elas podem ser um fator adicional de segurança, mas questionou a “hipocrisia” de parte da população com relação ao assunto. “As pessoas estão cansadas do uso das máscaras, e é compreensível que haja esse cansaço”, detalhou.
Leite explicou que conversou com o governador em exercício, Ranolfo Vieira Jr., e pediu que seja feita uma solicitação de análise, ao comitê científico, sobre a obrigatoriedade do uso do equipamento. “Talvez o que seja mais prudente, ainda nesta semana, é aguardar a atualização de dados. Tudo indica que a gente está vivendo uma consistente redução dos casos e de internações, hospitalizações, que devem permitir a redução dessa exigência do uso das máscaras. Então, a minha expectativa é que, sim, possa ser revisto o uso das máscaras [no Rio Grande do Sul]“, afirmou.
O governador gaúcho aproveitou a ocasião para alfinetar o presidente Jair Bolsonaro, que segundo ele, não toma uma posição sobre o assunto, mostrando que “quer o conflito”. “Ele tem na sua mão essa possibilidade de fazer a revisão [da obrigatoriedade], eu acho que essa lei precisa ser revista. Eu acho que talvez esteja no momento de fazer essa revisão da lei federal da obrigação do uso das máscaras. Sendo destacado que eu não sou contra o uso das máscaras”, revelou.
Na semana passada, o governador teve frustrada a intenção de liberar o uso de máscaras para crianças de 6 a 11 anos de idade. A Justiça suspendeu o decreto estadual que permite a não-utilização. O governo recorreu da decisão ainda no fim de semana.
Nos Estados Unidos, Eduardo Leite aproveitou a visita ao Goldman Sachs para apresentar aos investidores o portfólio gaúcho de concessões e privatizações. O governador explicou que o objetivo da visita ao grupo financeiro é atrair os fundos de investimento do banco para alavancar negócios na South Summit, que acontece entre 4 e 6 de maio, em Porto Alegre.
“O Goldman Sachs tem uma rede de relações super importantes que nos interessam com fundos de investimentos e eles ficaram muito interessados em ter uma participação efetiva no South Summit, ajudando a mobilização de fundos de investimentos que estejam lá presentes, e que assim, a gente consiga ter o que nós desejamos com o South Summit, que é encontros que gerem negócios”, detalhou.
Nesta quarta-feira, terceiro dia da missão oficial do governo do RS, Eduardo Leite cumpre agendas em Washington, onde além de fazer visitas institucionais, se encontra com o embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Forster Jr..
