Frequentadores da Orla do Guaíba relatam ação truculenta da Guarda Municipal de Porto Alegre

A ação teria ocorrido pela 1h20 da madrugada de domingo

POLÍCIA
Motorista de 51 anos, natural de Piraquara, Paraná, morreu no acidente

Frequentadores da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, relatam ação truculenta da Guarda Municipal (GM), na madrugada do sábado, para dispersar as cerca de 400 pessoas que estavam no local. Um grupo de pessoas se reuniu na Praça Júlio Mesquita para realizar uma roda de samba e após se deslocaram para o trecho 1 da Orla. A ação teria ocorrido pela 1h20 da madrugada de domingo.

Os frequentadores relatam que estavam apenas fazendo música quando começaram a ouvir o som das bombas de efeito moral e dos tiros de borracha. Entre as pessoas, homens e mulheres foram atingidos. Conforme o comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento, o emprego da força só foi utilizado quando garrafas e outros objetos começaram a ser arremessados contra os agentes da segurança, que segundo ele, haviam esgotado as tentativas de diálogo.

“Nós não fazemos abordagens truculentas. Toda ação mais incisiva que todo e qualquer órgão de segurança tome, é porque sempre houve alguma ação pretérita. Nós recebemos denúncias de que havia um bloco de carnaval, que não estava autorizado. Fora as denúncias de perturbação houve muitos pedidos para que aquela situação não ocorresse, até que começaram a ser jogadas garrafas e outros objetos não apenas na GM mas na Brigada Militar também, o que foi necessário fazer o uso da dispersão para que aquela agressão cessasse”, explicou Nascimento.

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, relata que sofreu fratura total no osso do dedo indicador da mão esquerda, e que pela ferida causada pela bala de borracha acabou tendo infecção geral na mão. A vítima explica que fez boletim de ocorrência na polícia relatando as agressões e pretende levar o caso para a Justiça.

“Eu estava ali com o pessoal do bloco, quando eles começaram a disparar do nada. Obviamente que se tivessem dito alguma coisa eu teria saído, porque, enfim, não sou uma pessoa de enfrentar a polícia. E no que a gente se virou pra começar a subir as escadas para sair eu senti uma dor muito forte na minha mão. Eu também levei um tiro nas costas, que ficou uma ferida e um hematoma. Fui socorrida e levada ao Pronto Socorro, fiquei algumas horas lá, foram três tentativas de reposicionar o meu dedo, e talvez eu tenha que fazer uma cirurgia”, detalhou.

A Guarda Municipal informa que qualquer excesso cometido por seus agentes deve ser denunciado pelo telefone (51) 3289-1200, ou por email: [email protected]

Carnaval de Rua 2022

A prefeitura ainda não definiu quando, como e se haverá desfile dos blocos do Carnaval de Rua. A Secretaria Municipal de Cultura (SMC) informa que, por ora, o evento não deve ser realizado. A última edição ocorreu em 2020.