A decisão da Russa em invadir a Ucrânia, como é de se imaginar, trará consequências em todos os setores mundiais, e não apenas na política internacional. A mais grave crise militar depois da Segunda Guerra Mundial deverá trazer reflexos na área de combustíveis e de alimentos.
O preço do petróleo já superou os US$ 100 o barril, cotação que não era atingida em mais de sete anos, em função da região ser um dos grandes produtores de petróleo. Com as sanções impostas à Rússia por várias nações, os preços de energia devem se elevar com os governos europeus procurando o abastecimento em outras regiões e elevando as cotações já altas de alguns desses itens. Cerca de 44% do gás e 25% do petróleo importado pela União Europeia vem da Rússia e o preço do litro da gasolina nas refinarias nos mercados internacionais (R$ 3,58) já está mais caro que no Brasil (3,27%), uma diferença de 9,5%.
No mercado de alimentos, a Ucrânia vende 17% do milho e a Rússia exporta 30% do trigo para o mercado mundial. Com uma provável queda nas safras de soja e milho do Brasil em função da estiagem, os preços internacionais devem disparar.
O mercado de ações também deverá ter um dia agitado. As ações europeias despencavam mais de 3% nas operações desta quinta-feira, 24, com bancos e montadoras liderando as perdas. Isso porque a invasão da Ucrânia pela Rússia levantou temores de que uma guerra na Europa irá alimentar a inflação já alta e atrapalhar o crescimento econômico.
O rublo russo caiu para uma mínima recorde, o euro foi ao menor patamar em vários anos e o iene disparava. O rublo chegou a se desvalorizar para 89,98 por dólar, com a moeda dos EUA saltando 7% em relação à divisa russa. Às 7:39 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,90%, a 97,056.