Presidente do Republicanos diz que Bolsonaro “só atrapalhou” aumento da sigla

Marcos Pereira falou brevemente sobre movimento para trazer mais parlamentares com a janela partidária

Foto: DOUGLAS GOMES / LIDERANÇA REPUBLICANOS

Presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira (SP) afirmou nesta quarta-feira que, até o momento, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), apenas atrapalhou o aumento da bancada nacional da legenda. O partido atualmente conta com 31 deputados federais e um senador.

Na saída da Câmara, o parlamentar falou sobre a situação ao responder a uma pergunta sobre como deve ser o movimento de ida de parlamentares ao partido com a abertura da janela partidária. “Está caminhando bem. Acho que [a bancada] vai ser um pouco maior do que é. Sem a ajuda do presidente, pelo menos por enquanto, porque até agora ele só atrapalhou”, disse.

O Republicanos faz parte da base do presidente Bolsonaro, mas tem dado sinais de distanciamento. Bolsonaro se filiou ao PL em 30 de novembro de 2021. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, terá como atribuições na pré-campanha dele à reeleição a coordenação dos palanques estaduais.

Durante o “noivado” de Bolsonaro com o PL, as ligações da sigla com partidos que abrigam rivais do presidente criaram um mal-estar político. Para ter o presidente filiado, a legenda deu carta branca ao chefe do Executivo para decidir quais alianças o PL deve estabelecer neste ano. Com isso, a sigla não apoiará candidatos que sejam adversários de Bolsonaro em qualquer estado.

Bolsonaro já levou para o PL novos quadros, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do chefe do Executivo, a ex-secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, o secretário de Cultura, Mario Frias, o comandante da Força Nacional de Segurança e marido da deputada federal Carla Zambelli, coronel Aginaldo de Oliveira, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni.

As novas filiações ao PL ocorrem em meio à tentativa de inflar ainda mais o partido — integrantes avaliam que a legenda pode se tornar a maior da Casa em 2023 com a chegada dos bolsonaristas — e no desejo de eleger o maior número de parlamentares, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, para sedimentar a base de Bolsonaro no Congresso Nacional, caso o presidente seja reeleito.

Algumas figuras do governo anunciaram filiação ao Republicanos, como o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), que quer disputar uma cadeira no Senado pelo Rio Grande do Sul. Outros deixaram a sigla, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente.