Presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira (SP), integrante da bancada evangélica, afirmou nesta quarta-feira que, “no fundo”, o governo é favorável ao projeto que libera os jogos de azar. A bancada evangélica é contra a matéria e tem pressionado o governo a tomar uma posição.
“Será que é contra?”, questionou Pereira ao ser questionado se o governo deveria tomar posição clara contrária ao projeto. “Eu ouvi algumas pessoas ligadas ao governo pedindo para apoiar, porque no fundo, no fundo eles são favoráveis. Não querem se expor diante da população”, disse a jornalistas, ao ser questionado pelo portal R7.
A reportagem apurou que o presidente tem enviado mensagens a parlamentares pedindo votos contrários desde a madrugada. Perguntado se, neste momento, quando a Câmara está prestes a votar o projeto, as mensagens do presidente fazem diferença, Pereira disse que não. “Mas eu acho que tem voto para passar, pelo que eu conversei com o presidente Arthur Lira. “O governo pelo que eu ouvi vai vetar”, disse.
Bolsonaro sempre se colocou contra o projeto, mas não houve movimento efetivo do governo para conter o avanço da matéria na Câmara. Apesar da posição contrária de Bolsonaro, seu partido, o PL, vai orientar que a bancada vote favorável à matéria.
Bolsonaro está sendo pressionado pela bancada para articular contra a matéria. Líder da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse na terça-feira que trabalha com o governo para que Jair Bolsonaro — que já afirmou que vetaria o texto em caso de aprovação — posicione-se por votos contrários.
“Se o presidente é contra, ele tem que impor à liderança do governo para que ela oriente, em caso de votação, contrariamente. E não liberar [a bancada], como foi no regime de urgência. Esse é um dos trabalhos”, comentou.
No âmbito do governo, a orientação do Palácio do Planalto sobre como os parlamentares da base devem votar ainda não está clara. O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nesta quarta-feira que é contra, mas não respondeu como será a orientação formal do governo sobre a votação da matéria no plenário.