O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta quarta-feira na abertura da Assembleia Geral da organização que o mundo está enfrentando “um momento de perigo” com a crise na Ucrânia. Para Guterres, aliás, “a decisão da Rússia de reconhecer a chamada ‘independência’ das regiões de Donetsk e Lugansk – e ações subsequentes – são violações da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta da ONU”.
Mais tarde, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, tomou a palavra, enfatizando que a Ucrânia não era uma ameaça para a Rússia. “A Ucrânia nunca planejou nem está planejando nenhuma operação militar em Donbas”, disse ele sobre as alegações russas de ações militares de Kiev na região leste onde esses enclaves separatistas pró-Rússia estão localizados.
Kuleba pediu à ONU que tome “medidas concretas e rápidas” para impedir a escalada, que ele diz ser alimentada pelo avanço militar das tropas russas. “O início de uma guerra em grande escala na Ucrânia será o fim da ordem mundial como a conhecemos”, alertou Kuleba, enfatizando: “Queremos a paz!”
A reunião da Assembleia Geral com a participação de todos os 193 membros da ONU é uma sessão anual para discutir os “territórios temporariamente ocupados da Ucrânia”, realizada desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Vários ministros estão programados para falar na reunião desta quarta-feira, que durará o dia todo. Guterres, que originalmente não estava programado para comparecer, decidiu fazê-lo depois de voltar correndo para Nova York e cancelar uma viagem à África.