O IPCA, a inflação oficial do país, deverá encerrar o ano de 2022 com uma variação de 5,6%, comparada com a indicação anterior de 4,9%. A estimativa foi feita nesta terça-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e, se confirmado esse resultado, será bem acima do teto da meta para 2022 estimada em 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Segundo o instituto, a revisão teve como base altas nos preços de alimentos no domicílio e dos bens livres, cujas previsões de alta dos preços passaram respectivamente a 6,1% e 5,0%, de 4,5% e 3,7% anteriormente. A inflação estimada para os preços monitorados também aumentou, passando de 5,4% para 6,0%, com destaque para serviços livres e educação.
O Ipea destacou ainda que, a apesar da perspectiva de desaceleração do IPCA em 2022, depois de o índice alcançar 10,06% em 2021, nível mais elevado em seis anos e estourando com força o teto da meta, ainda há outros riscos no horizonte.
“Não estão descartados riscos inflacionários adicionais, que podem limitar ainda mais a desinflação no ano. Pelo lado da economia mundial, o agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia pode gerar uma alta mais acentuada das commodities, especialmente do petróleo e do gás”, destacou o instituto em nota.