O presidente Jair Bolsonaro disse que é “quase zero” o número de pessoas com registro legal de porte de arma com envolvimento em grupos de extermínio e facções do tráfico. Segundo o presidente, “o número de mortes por arma de fogo despencou no Brasil” desde que ele assumiu o comando do Executivo.
“No Brasil são 600 mil CACS, logo, 25 [supostamente envolvidos com milícias] representam 0,00083% de todos que compram legalmente suas armas, quase zero”, escreveu o presidente em redes sociais, neste domingo. O CACS é a concessão de certificado de registro para pessoa física que deseja realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro esportivo e caça.
Bolsonaro publicou a mensagem depois que um jornal divulgou hoje um levantamento realizado em Tribunais de Justiça que identificou 25 CACs acusados ou condenados por fazerem parte de organizações criminosas em ação em nove estados do Brasil.
“Estamos no caminho certo. Cidadão legalmente armado (no campo ou cidade) além de segurança para si e sua família, é a certeza que nunca será escravizado por nenhum ditador de plantão”, finalizou Bolsonaro.
A flexibilização do porte de arma é uma das principais bandeiras do presidente da República. Segundo a Polícia Federal, 188.505 novas armas foram registradas no país em 2021, aumento de 6,2% em relação a 2020. Em 36 meses de governo, a PF cadastrou 460.351 armas, 228% a mais na comparação com 36 meses do governo Dilma Rousseff e Michel Temer. E 370% em relação aos 36 meses do primeiro mandato de Dilma.
Mortes por armas de fogo
Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz, a pedido do portal R7, revelou que, no ano passado, armas de fogo foram responsáveis por 14.901 internações em decorrência das lesões, o que corresponde a um custo de R$ 33,3 milhões para a saúde pública no país.
Os números, disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Datasus, correspondem aos registros até novembro. Mas uma estimativa que considera o valor de dezembro com base na média de internações por mês, mostra que em todo o ano ocorreram aproximadamente 16,2 mil internações de feridos por arma de fogo — número superior aos 16.184 no ano passado.