O governo do Rio Grande do Sul convocou coletiva de imprensa, nesta quinta-feira, para divulgar ações de incentivo à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra o coronavírus. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), até momento, 26,9% (259.304) das pessoas dessa faixa etária foram imunizadas em nível estadul.
O número é considerado baixo pela SES, principalmente se comparado a campanhas de vacinação de outras enfermidades e, no caso da Covid-19, à imunização dos adultos, onde em um curto espaço de tempo uma quantidade maior de pessoas já havia recebido a primeira dose.
Conforme a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da SES, Tani Ranieri, os motivos para a baixa adesão do público infantil são diversos e ainda não foram identificados com exatidão. Diante disso, ela explica que o Estado vem trabalhando em estratégias conjuntas com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) e a Federação de Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) a fim de melhorar o desempenho.
“Tentar traçar estratégias que oportunizem esses pais a melhorar a sua adesão às unidades de saúde, e demais ações, como a descentralização desses locais nos municípios, utilizando escolas, pavilhões e parques desde que sejam mantidas as boas práticas de vacinação”, explicou.
Tani ainda frisou que, no sábado, ocorre o “Dia C” de vacinação contra o coronavírus no Rio Grande do Sul. Na data, o Estado aposta que pais e responsáveis levem os filhos para receber a dose. Para isso, a Secretaria Adjunta da SES, Ana Costa, aposta no exemplo de campanhas similares.
“Uma campanha é capaz de mobilizar muita gente em um dia. Já fizemos campanha para o Sarampo, a Pólio… e sabemos a potência que uma campanha pode ter, fazendo com que as pessoas se dirijam no dia da sua folga junto com as famílias”, disse a secretária adjunta. Ana Costa também salientou que o governo estadual espera que o debate sobre a vacinação das crianças contra o coronavírus entre em pauta no retorno das aulas, com objetivo de reforçar a segurança e a importância da imunização.
Cobertura irregular
Até o momento, de acordo com a SES, a R10 – região Covid na qual Porto Alegre é o município referência – é a área com o maior número de meninos e meninas vacinados contra a Covid-19, com taxa de 34%. Já a R22, cuja a cidade referência é Bagé, registra o pior desempenho entre as 21 áreas, com apenas 8,1% das crianças imunzadas com a primeira dose.
Durante a apresentação, o governador Eduardo Leite, que participou do início da transmissão, disse que não pode ser considerado normal que crianças sejam acometidas por uma doença que leva pessoas ao óbito. O chefe do Executivo também aproveitou para fazer um apelo para que pais e responsáveis aproveitem o “Dia C”. “Não é da natureza que crianças morram por um vírus, especialmente este que nós estamos lidando”, reforçou.
Para receber a dose, é preciso apresentar documento de identidade do pai, mãe ou responsável legal e da criança. Os pais devem estar presentes no momento da vacinação ou enviar autorização assinada.
Casos e mortes
Na transmissão, a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da SES, Tani Ranieri, aproveitou para detalhar números envolvendo as crianças, em relação ao coronavírus. Segundo Tani, meninos e meninas de 5 a 9 anos de idade compõem a faixa etária mais atingida pela disseminação da variante Ômicron.
Segundo dados do Estado, integrantes desse público registraram crescimento de casos quatro vezes superior ao número de contaminações dessa faixa etária em 2021.
Além disso, Tani revelou que seis crianças, de 5 a 11 anos, já perderam a vida em decorrência de complicações relacionadas à doença em 2022. Ao longo da pandemia, outras 31 pessoas dessa faixa etária também morreram em virtude da Covid-19.