A inflação dos brasileiros mais pobres representa quase o dobro daquela calculada entre os mais ricos no mês de janeiro. A constatação é do estudo mensal do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ao indicar que a alta dos preços chegou a 0,63% para as famílias de renda muito baixa, contra 0,34% para as famílias de renda mais alta no mesmo período.
Já no acumulado em 12 meses, a maior alta inflacionária foi das famílias de renda média-baixa, com taxa de 10,8%, levemente superior à observada pela faixa de renda muito baixa (10,5%) e bem acima da registrada pelo grupo de renda alta (9,6%). Conforme dados do Ipea, a alta para a classe mais baixa teve a influência do aumento de preços de itens como alimentação e bebidas, respondendo por 0,31 ponto percentual no total do indicador do grupo.
No mês passado, houve aumentos de produtos como cenoura (27,6%), laranja (14,9%), banana (11,7%) e batata (9,7%), com as maiores variações. O estudo mede a inflação de acordo com seis faixas de renda domiciliar. As famílias com rendimento muito baixo recebem abaixo de R$ 1.808,79 mensais e, de renda alta, R$ 17.764,49.
Na renda muito baixa, a inflação passou de 0,74% para 0,63%, a maior da pesquisa. Já na camada mais alta, o aumento de preços pulou de 0,82% para 0,34%, a menor do levantamento.