Apesar de haver uma redução na concentração das riquezas, oito municípios respondiam por quase 25% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2019, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além de São Paulo (SP), com 10,3% da soma de todos bens e serviços produzidos no Brasil, aparecem em destaque o Rio de Janeiro (RJ), com 4,8%, Brasília (DF), com 3,7%; Belo Horizonte (MG), com 1,3%; Curitiba (PR), com 1,3% e, com 1,1% cada, Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Osasco (SP).
Somados, os 25 maiores municípios responderam por 36,2% do PIB de 2019. Desses, 11 são capitais. De acordo com o analista de Contas Nacionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá, a concentração é uma característica histórica do Brasil, formada muito antes do início da série do IBGE.
“O que podemos observar, desde 2002, é que a economia brasileira está muito concentrada nas capitais. A soma das 27, considerando também Brasília, representa quase um terço da economia nacional. Há uma tendência de desconcentração, mas a participação das capitais ainda é bem alta”, aponta o analista.
Quando considerados os 100 maiores municípios em termos de valor de PIB, eles somavam mais da metade (55,2%) do PIB do Brasil em 2019. Na relação, o Sudeste aparece em destaque, com 58 cidades, que concentraram 35,3% das riquezas nacionais.
São Paulo
Sozinha, a cidade de São Paulo foi responsável por 10,3% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 2019, totalizando R$ 763,8 bilhões. O município foi um dos que mais tiveram ganho de participação na soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo Brasil na comparação com 2018.
Embora tenha aumentado a sua participação em 0,1 ponto percentual na comparação com o ano anterior, a capital paulista foi o município que mais caiu na comparação com o início da série histórica da pesquisa, em 2002.
A perda de 2,3 pontos percentuais no período de 17 anos é explicada pela diminuição relativa das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, conforme explica o analista de Contas Nacionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá.
“Desde o início da série, há essa tendência de diminuição da concentração, apesar de haver municípios com grande participação no PIB, como é o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nesse período, outros municípios passaram a ocupar maiores posições em valor de PIB pelo destaque em algumas atividades econômicas, especialmente as ligadas às indústrias”, explica ele.
“Alguns estados tiveram avanço em geração de energia, outros na agropecuária. Portanto, as atividades importantes para a economia impactaram esse ganho de participação dos outros municípios. E, diante desse avanço, a participação de São Paulo se reduz”, completa Antonio de Sá.
Depois de São Paulo, o município que mais perdeu participação no PIB em 17 anos foi o Rio de Janeiro (-1,5 ponto percentual). Essa queda ocorreu pela diminuição do peso da capital fluminense na indústria nacional.
As outras cidades com ganho de participação no PIB em 2019, ante 2018, foram Maricá e Saquarema, no Rio de Janeiro, Parauapebas, no Pará, Brasília, no Distrito Federal, e São José dos Pinhais, no Paraná, com aumento de 0,1 ponto percentual cada.