O Ministério da Saúde informou, nesta quinta-feira, que não há, ainda, previsão sobre quando começará a aplicar a vacina da Pfizer em crianças com idade entre 5 e 11 anos. A informação foi confirmada pela Agência Brasil, que entrou em contato com a pasta. Na manhã de hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do imunizante para a faixa etária. A decisão foi comunicada durante apresentação dos resultados de segurança, eficácia e tolerabilidade do imunizante para este grupo.
De acordo com a Anvisa, a dose reduzida para crianças mostrou eficácia estimada de 90% na incidência de casos de coronavírus, além de presença significativa de anticorpos contra a variante Delta, de maior transmissibilidade no País. O estudo foi feito com mais de 2.250 pessoas dessa faixa etária.
A vacina aprovada para crianças é administrada em duas doses de 10 microgramas com três semanas de intervalo. Ainda conforme a Anvisa, o imunizante necessita de uma série de protocolos para garantir a segurança dos vacinados.
Prioridade
A exemplo do que ocorreu nos demais grupos, a vacinação em crianças deve priorizar grupos consideradas como de risco. Um ponto muito importante, ressaltado pela diretora da Anvisa e relatora do processo de liberação do medicamento, Meiruze Sousa Freitas, é que pais ou responsáveis fiquem atentos com relação ao frasco da vacina, que terá cor laranja. Para adultos, o frasco é roxo.
Recomendações
Meiruze lembrou que caberá ao Ministério da Saúde a decisão sobre “conveniência e oportunidade” para inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunização, mas que cabe à Anvisa apresentar as recomendações e condições que devem ser seguidas para a vacinação das crianças nessa faixa etária. “A vacinação das crianças nessa faixa etária deve ser iniciada após treinamento completo das equipes que de saúde que farão a aplicação, uma vez que a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado a faixas etárias erradas, de doses inadequadas e da preparação errônea do produto”, disse a diretora.
Uma outra recomendação da Anvisa é de que a vacinação das crianças seja feita em “ambiente específico e segregado da vacinação de adultos”. O ambiente deve ser “acolhedor e seguro para a população pediátrica”. É também indicado que as crianças permaneçam no local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a aplicação, de forma a serem observadas por esse período. No caso de comunidades isoladas, como aldeias indígenas, a Anvisa recomenda que, sempre que possível, a vacina seja feita em dias separados, não coincidentes com os dias de aplicação em adultos.