O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou trancar a investigação na Procuradoria-Geral da República (PGR) que fazia objeções ao inquérito que apura a transmissão ao vivo pelas redes sociais em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) associou, sem evidências científicas, a vacina contra a Covid-19 à Aids.
Moraes estabeleceu ainda um prazo de 24 horas para que a PGR encaminhe a ele e à Polícia Federal todo o material sobre o assunto, mesmo que a notícia de fato tramite em caráter sigiloso. Se descumprirem a ordem, os procuradores estarão sujeitos a “pena de desobediência à ordem judicial e obstrução de justiça”.
Inquérito contra Bolsonaro
Alexandre de Moraes havia determinado a abertura de inquérito sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), pela divulgação de notícias falsas, a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
As declarações do presidente ocorreram em 22 de outubro. Ele leu um texto atribuído a fontes oficiais do Reino Unido ligando a imunização contra a Covid-19 ao desenvolvimento da doença imunológica. No entanto, essa ligação não existe, as informações eram falsas e, por esse motivo, o vídeo acabou sendo removido pelo Facebook, YouTube e Instagram.
De acordo com o texto lido por Bolsonaro, as pessoas vacinadas passaram a desenvolver Aids “muito mais rápido que o previsto”. O texto não é do governo do Reino Unido e não se refere a nenhuma pesquisa científica. As declarações foram desmentidas posteriormente pelo presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.
O inquérito é conduzido pela Polícia Federal e o relatório final deve ser encaminhado ao Supremo.