“Conquista da sociedade”, avalia presidente da associação de vítimas da boate Kiss

Flavio Silva valorizou o esforço dos familiares e reforçou que resultado evita novas tragédias como a de Santa Maria 

Foto: Ricardo Giusti/CP

Após o resultado do julgamento do caso Kiss, nesta sexta-feira, o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flavio Silva, concedeu entrevista coletiva na saída do Foro Central de Porto Alegre. Silva resumiu a decisão como uma “conquista da sociedade”.

“Isso prova que, durante oito ou nove anos, nossa luta foi valorizada e teve sentido. E é chegado o dia em que nós alcançamos esse objetivo”, frisou. O júri condenou os réus Elissandro Spohr (22 anos e 6 meses), Mauro Hoffmann (19 anos e 6 meses), Luciano Bonilha e Marcelo de Jesus (ambos 18 anos) pelas mortes de 242 pessoas e ferimentos de mais de 630 sobreviventes no incêndio da boate Kiss, que ocorreu em 27 de janeiro de 2013.

Todos foram responsabilizados levando em consideração o dolo eventual. O juiz Orlando Faccini Neto anunciou as penas de cada um dos acusados após os jurados se reunirem na sala secreta. O presidente da associação reforçou que o resultado não vai trazer as vítimas de volta, mas consegue evitar que novas tragédias como a da Kiss aconteçam. “Valeu à pena a nossa luta. Foi muito cruel, mas conseguimos resistir. Isso só prova que nós fomos mais fortes que tudo isso”, enfatizou.

Questionado sobre o habeas corpus concedido aos réus, Flavio Silva disse já esperar o recurso. “Seja hoje, amanhã ou daqui a um mês, eles (réus) terão a prisão decretada”, desabafou. Conforme o presidente, agora, os familiares pretendem “desligar” do assunto e decretar “férias coletivas” a todos, para um descanso.