Em Brasília para tratar de diversas pautas, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, contou nesta quinta-feira como foi o encontro com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente. Em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã de hoje, Melo considerou que a reunião foi positiva, mas almeja um avanço maior na questão do transporte público. A “luta”, segundo ele, é para que o governo federal banque as isenções previstas na Constituição e pela criação de um sistema que atraia novos passageiros.
“O Brasil, na década de 50 apostou no carro individual. Ele não teve uma infraestrutura de modais de transporte público. Hoje é um sistema que quem está dentro quer sair e quem está fora não quer entrar. Então, fomos perdendo passageiros em 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019. E quando veio a pandemia, os governos fecharam tudo. O custo do ônibus, porém, seguiu o mesmo, com ou sem passageiros”, disse. “A nossa grande luta é o seguinte: queremos que o governo federal pague as isenções que estão na Constituição. A conta está ficando com o povo. É ele que está bancando o aposentado. Dessa forma, o que a gente precisa é uma receita tarifária para poder cobrir essas tarifas e o déficit de usuários. Exatamente por isso eu tenho defendido o ‘SUS’ do transporte urbano”, acrescentou.
A proposta, conforme Melo, funcionaria com o governo federal bancando uma parte dos gastos com o transporte público. “O governo entra com esta parcela e nós, do município, vamos continuar colocando. Paralelo a isso, é preciso criar uma política pública que pense no financiamento de ônibus elétricos nos próximos 20 anos. Se tu não atrair passageiros, o sistema não tem como continuar. Nós falamos com os presidentes (Lira e Pacheco) e queremos trabalhar a possibilidade de um orçamento ou medida provisória. Tentamos falar com o presidente Bolsonaro, mas entendemos as dificuldades de agenda dele. Ele não pôde nos atender e talvez fique para semana que vem”, explicou.
A mobilização nacional foi construída durante a última reunião geral da Frente Nacional de Prefeitos, que aconteceu em Aracaju-SE, nos dias 25 e 26 de novembro. Melo avaliou o movimento como produtivo pela representatividade e para levar a real dimensão do problema aos parlamentares.