O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou o que todos esperavam. No final da tarde desta quarta-feira, 8, decidiu por uma nova alta de 1,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros). A taxa subiu de 7,75% para 9,25% ao ano, sendo o sétimo movimento consecutivo dos juros, após o BC cortar a taxa básica à mínima histórica (2%) em meio à pandemia de covid-19.
Nas seis reuniões anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 ponto porcentual em três ocasiões, em 1 ponto nos encontros de agosto e setembro e em 1,5 ponto em outubro. A causa desse comportamento é inflação sem dar trégua e a economia em recessão técnica.
Com a decisão de dezembro, o choque de juros este ano chega a 7,25 pontos porcentuais, o maior em quase 20 anos – desde o ciclo entre o fim de 2022 e o início de 2003, alcançando o maior patamar desde setembro de 2017, quando estava em um ciclo de afrouxamento após alcançar 14,25% em meio à crise de 2015 e 2016.
O aumento influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos. Com o aumento, o Brasil continuou a ter uma das maiores taxas de juros real (descontada a inflação) do mundo, mas perdeu o pódio para a Turquia (+5,83%), considerando as 40 economias mais relevantes. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em +5,03% ao ano.