O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira, a taxa Selic de 7,75% para 9,25%. O aumento, o sétimo consecutivo e o maior desde julho de 2017, já era esperado pelo mercado desde a penúltima reunião do Copom, realizada em outubro, quando o BC sinalizado uma alta de 1,5 ponto percentual.
O índice também era consenso no mercado financeiro e já havia sido citado no boletim Focus, que compila previsões de cerca de 100 respondentes na sondagem do Banco Central, divulgado na segunda-feira. O mesmo documento ainda sinaliza que a Selic tende a chegar a 11,25%, no fim de 2022.
A Selic ficou seis anos sem elevação. De março a junho, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Na anterior à de hoje, em outubro, o reajuste chegou a 1,25 ponto percentual.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outubro, o índice ficou em 1,25%, o maior para o mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, o IPCA chegou a 10,67%.
Para o mercado financeiro, o IPCA deve chegar a 10,18%, neste ano. Tanto o resultado em 12 meses quanto a previsão para o ano batem em muito o teto da meta de inflação para 2021. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite superior é de 5,25% e o inferior, de 2,25%.
Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito, desestimulando a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas comprometem a recuperação da economia.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços, sob controle, não correm risco de subir.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda, que pressiona os preços.