A Prefeitura de Porto Alegre voltou hoje a sinalizar que a proposta de reajuste a ser feita a servidores públicos do município só deve vir mesmo em 2022. Terminou, no início da tarde desta terça-feira, uma reunião entre o núcleo da direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e os secretários de Administração e Patrimônio, André Barbosa, e de Governança, Cassio Trogildo. Também participaram o procurador-geral do município, Roberto Rocha, e os vereadores Roberto Robaina (PSol) e Jonas Reis (PT).
Barbosa disse que vem se reunindo com frequência com o Simpa e classificou a reunião de hoje como positiva. O secretário entende que, entre os apontamentos apresentados pela categoria, os mais urgentes envolvem reposição salarial, reajuste do vale-alimentação (de R$ 20,22 para R$ 28) e o pagamento de progressões de carreira.
“Pretendemos apresentar uma proposta de reposição em janeiro, de acordo com a lei federal 173/2020, que impede qualquer aumento antes”, reforçou. Sobre as progressões, o gestor da pasta explicou que há em torno de R$ 85 milhões em passivo, referente ao período de 2015 a 2021, o que deve ser pago de forma parcelada. Quanto ao vale-alimentação, ele propõe a retirada do benefício para alguns tipos de licenças, como a licença prêmio. “Dá mesma forma que quem está em casa não recebe vale-transporte, também não deve receber o vale-alimentação”, afirmou.
O encontro ocorreu após a realização de um protesto, que reuniu cerca de 30 servidores, em frente ao Paço Municipal. O grupo voltou a reivindicar a reposição da inflação que, de acordo com o Simpa, acumula perda de 29,74%.
O diretor-geral do Simpa, João Ezequiel, disse que apesar de a reunião ter sido marcada por apontamentos, não houve nenhuma documentação das intenções verbalizadas pela prefeitura. “Ressaltamos que é importante ter a proposta por escrito e gostaríamos de recebê-la na próxima semana para apresentar formalmente para a categoria”, salientou. Ezequiel também enfatizou que não concorda com a retirada do vale-alimentação dos servidores em período de licença.
O Simpa também incluiu na pauta a contrariedade ao aumento da alíquota previdenciária, de 11% para 14%, que de acordo com a entidade, onera ainda mais a categoria.