A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizam nesta terça-feira (7) a Operação Bancarrota contra fraudes em gráficas responsáveis pela impressão das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). De acordo com informações obtidas pelo R7, os alvos são servidores públicos que teriam participado de irregularidades nos últimos seis anos.
Os servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) são acusados de enriquecimento ilícito. Os contratos sob investigação totalizaram pagamentos, desde 2010, de aproximadamente R$ 880 milhões, dos quais cerca de R$ 130 milhões foram superfaturados. O esquema teria se iniciado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e se estendido até o começo da gestão do presidente Jair Bolsonaro, em 2019.
Investigações
Segundo a CGU, o esquema foi revelado em uma auditoria realizada em 2019, Os contratos assinados pelo Inep com uma empresa responsável pela impressão dos exames, incluindo as provas do Enem, entre os anos de 2010 e 2018, no valor de aproximadamente R$ 728 milhões.
Em 2019, a empresa entrou com pedido de falência, o que levou o Inep a realizar novo pregão eletrônico, resultando na contratação de empresa classificada em terceiro lugar no certame, após a desclassificação das duas primeiras.
As investigações revelaram a atuação de diretores e servidores do Instituto, juntamente com consultores das gráficas contratadas, no direcionamento da contratação das empresas para impressão das provas.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, com penas que ultrapassam 20 anos de reclusão.