O empresário Alexandre Marques, primeira testemunha a depor neste sábado, quarto dia de julgamento da Boate Kiss, em Porto Alegre, contou que antes do incêndio na casa noturna, ele já havia tentado usar um artefato de fogo durante um show dentro do estabelecimento, mas a ideia foi vetada pelo Elissandro Spohr, sócio-proprietário da Kiss e um dos réus do processo. Marques é testemunha arrolada pela defesa de Spohr.
Marques era organizador de eventos e já havia trabalhado com Spohr antes da tragédia. Na época, trabalhava como produtor da banda Multiplay e quando o grupo foi realizar um show na Kiss, o Spohr não deixou que ele usasse um Sputnik, um artefato pirotécnico usado em garrafas. Segundo Alexandre Marques, o sentimento foi de frustração, uma vez que considerava o procedimento seguro.
Ao longo do depoimento, Marques havia relatado que levava materiais pirotécnicos para os shows da banda. O depoente também explicou que o teste de artefatos geralmente era feito durante a passagem de som e que “não era costume informar o estabelecimento sobre o uso de artefatos”. “Quando eu chegava em um lugar de um show da banda Multiplay, eu inspecionava e se não fosse seguro, não colocava”, recordou.
Ainda está previsto o depoimento de Maike Ariel, um dos sobreviventes da tragédia, para este sábado.
- Com informações dos repórteres Paulo Tavares e Aristóteles Júnior