O encontro de encerramento de ano da Fecomércio-RS não foi exatamente um momento de expectativas positivas para 2022. Mas deixou uma ponta de esperança de dias melhores. No cenário econômico, por exemplo, a avaliação da entidade é que a desorganização da economia e o cenário ruim dos indicadores não melhora no primeiro semestre.
Para quem torce pela queda do IPCA, por exemplo, o economista da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, sinaliza uma melhora, abaixo da casa dos dois dígitos, apenas no segundo semestre de 2022. Até la, é torcer para que a roda volte a rodar como antes da pandemia, especialmente com a normalização dos preços da energia a partir de março.
Uma preocupação para o próximo ano é o risco fiscal ocasionado pela mudança no Teto de Gastos que retira a âncora fiscal, o que poderá trazer efeitos negativos sobre câmbio, inflação e juros. Aprovação da PEC, por exemplo, garantirá ao governo calcular o teto para 2022 com a inflação apurada de 2021 mais a estimativa, em vez do IPCA de julho de 2020 a junho de 2021, como exige a regra atual.
Com uma inflação prevista para este ano beirando a casa dos dois dígitos, a expectativa é de um aumento de gastos de aproximadamente R$ 104 bilhões em 2022, ocasionando o aumento da dívida pública.
A Fecomércio-RS estima ainda, que o crescimento do PIB nacional em 2022 seja de 0,9%, e de 1,4% para o indicador do Rio Grande do Sul. Para as vendas no comércio, a projeção é de 1,4% e dos serviços de 1,7%. A inflação medida pelo IPCA, por exemplo, deve ser de 5,1%, e os juros Selic devem chegar a 11,75%, para um câmbio de 5,70 R$/US$. Todas essas estimativas são para o final de 2022.