A Fecomércio-RS divulgou, nesta quinta-feira, o balanço de final de ano da instituição, trazendo dados do comércio e da produção industrial no país, fazendo projeções e listando desafios para 2022. Em um cenário ainda de recuperação econômica dos dois últimos anos, marcados fortemente pela pandemia do coronavírus, a entidade prevê crescimento de 0,9% para o PIB nacional, e de 1,4% para o do Rio Grande do Sul.
A @fecomercio_rs divulga as suas projeções para o ano de 2022. A expectativa é para um crescimento do PIB nacional de 0,9%. O Rio Grande do Sul deve crescer em 1,4% no seu PIB. A incerteza política deve gerar uma inflação de 5,1% e os juros ficam em 11,5%💲@RdGuaibaOficial pic.twitter.com/YtaS6uy29W
— Ana Aguiar (@AnaOAguiar) December 2, 2021
O economista da Fecomércio-RS Marcelo Portugal explica que a diferença entre os números acontece porque “o estado, pelas suas características de mercado e comercialização de bens e serviços, gosta do câmbio elevado porque exporta muito”.
Para Portugal, o que pode alterar essas duas projeções é o cenário político eleitoral, já que “o mercado aguarda com ansiedade quem será o novo presidente do Brasil”. “Até lá, até a decisão final se o político eleito terá comprometimento com o teto de gastos ou vai refutá-lo, teremos juros altos e um câmbio em constante mudança. O mercado investidor, principalmente o internacional, dá preferência ao mercado que possui uma estabilidade nos juros projetados a longo prazo, logo, com um teto de gastos bem definido”, explica.
Para a Fecomércio, a incerteza política, que deve acontecer nos primeiros dois trimestres de 2022, deve resultar em uma inflação de 5,1% e taxa Selic de 11,5% ao fim do ano.
Já no âmbito regional, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, projeta mais estabilidade. “Aqui no Rio Grande do Sul, (as questões políticas) não nos preocupam tanto quanto as nacionais porque teremos candidatos mais comprometidos com as questões econômicas, ou seja, que não irão desconsiderar o que já foi feito até aqui ou que irão ter políticas tão distintas das apresentadas hoje, com muitos gastos, endividamento ou irresponsabilidades”, garante.
O levantamento também demonstrou que o maior desafio das empresas, nos últimos 12 meses, envolveu a desorganização de estoque – causada pela falta de matéria-prima no mercado global. Em 2018, quando as empresas foram questionadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre as principais dificuldades enfrentadas, apenas 5,1% dos empresários relataram problemas na aquisição de materiais básicos para produção. Em contrapartida, no ano de 2020, em meio à pandemia, 23% das empresas não conseguiram atender a demanda de mercado por essa razão.
Projetos da Fecomércio para 2022
O presidente da instituição, Luiz Carlos Bohn, aproveitou o evento para anunciar que, no mês de janeiro, na nova sede da instituição – no 2° andar -, vai ser inaugurado o LAB Fecomércio – um ambiente todo projetado para desenvolver novas ferramentas na área de tecnologia e inovação.