O Cpers Sindicato publicou, nesta quinta-feira, um levantamento sobre as condições estruturais e de Recursos Humanos em escolas da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul. Segundo os dados levantados, 58 estabelecimentos visitados, 13 deles em Porto Alegre, apresentaram problemas graves e, ao mesmo tempo, falta de pessoal; 21 registraram falta de educadores e, em 12, foram encontrados problemas de infiltração. Foram visitadas 186 escolas em 60 municípios, entre os dias 11 e 26 de novembro, na iniciativa intitulada Caravana da Educação.
Também consta na publicação a situação de 13 escolas com problemas na rede elétrica, cinco sem luz e uma sem água. Além disso, o Cpers apontou oito instituições com prédios ou pavilhões interditados, sete escolas com problemas em muros, seis com telhado quebrado e oito com salas de aulas interditadas, por alguma razão.
O senso escolar de 2020 mostra que o Rio Grande do Sul conta com 2.410 escolas da rede pública estadual. “Se fossemos visitar todas as escolas, com certeza encontraríamos o mesmo cenário de abandono. Entre o sucateamento das instituições e o corte de direitos e arrocho salarial dos educadores, quem perde com este projeto de desmonte são as famílias gaúchas, os contribuintes, com direito de acessar um serviço público de qualidade”, declarou a presidente da entidade, Helenir Schürer.
A presidente também questiona o anúncio do governo de investimentos em 56 “escolas modelos”, “enquanto somente em um universo de 186 escolas visitadas pela nossa caravana, constatamos problemas graves de estrutura ou recursos humanos em 58 instituições”.
A Secretaria da Educação informou, em nota, que o Estado disponibilizou recursos extras para o retorno das aulas presenciais, na ordem de R$ 270 milhões para aprendizagem, capacitação, aquisição de equipamentos de proteção e materiais de desinfecção e contratação de professores e profissionais de apoio.
Sobre necessidades de recursos humanos, a Seduc informou que atua diariamente junto às 30 Coordenadorias Regionais de Educação para a disponibilização de professores e servidores para as escolas da rede estadual. Em regiões com dificuldades na contratação de servidores, a Seduc explicou que a prestação de serviço ocorre por meio de empresas terceirizadas pelo governo. “Ainda, a Seduc esclarece que diante de casos de necessidade de recursos humanos, as próprias escolas devem fazer a solicitação por meio do sistema ISE (Informatização da Secretaria de Educação) para que os profissionais sejam encaminhados”, acrescenta a nota.
A pasta informou ainda que trabalha junto à Secretaria de Obras Públicas para atender demandas estruturais das escolas da rede estadual. O governo lembrou do recente lançamento do programa Avançar na Educação, que contempla, entre outras medidas, a ampliação do valor da Autonomia Financeira, que permite às escolas realizarem reparos na estrutura. “Em 2021, já foi realizado um repasse extra na ordem de R$ 28 milhões para a preparação das escolas para o retorno presencial. Em 2022, o repasse extra será de R$ 200 milhões”, finaliza o texto.