Chega ao fim o primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Os 3,1 milhões de inscritos no exame tiveram 5h30 para responder a 90 questões de linguagens e ciências humanas. O tema da redação deste ano foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”.
Para os professores ouvidos pelo R7, o tema seguiu o padrão das edições anteriores do Enem ao lidar com um assunto sensível à realidade do Brasil e ligado aos direitos humanos. Neste ano, tanto as provas na versão impressa como na digital foram realizadas em conjunto e com o mesmo tema da redação.
A prova foi considerada de nível médio pelos professores. Vale destacar que neste primeiro dia houve uma questão que usava um trecho da canção Admirável Gado Novo, do compositor Zé Ramalho, além de perguntas sobre meio ambiente e cultura indígena, além de uma charge do cartunista Henfil.
No próximo domingo (28), os candidatos terão até as 18h30 para responder a 90 questões, sendo 45 de matemática e 45 de ciências da natureza (química, física e biologia).
O R7 transmite ao vivo os comentários dos professores do QG do Enem. E os professores do Anglo Leonardo da Vinci vão fornecer a resolução da prova e formar o gabarito extraoficial.
O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no país. A nota é utilizada para ingressar em universidades federais pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), para conquistar uma bolsa de estudos via Prouni (Programa Universidade para Todos) ou um financiamento de mensalidade em instituição privada via Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
Internautas comentam tema da redação do Enem: ‘Tiraria zero’
A edição deste ano foi marcada por polêmicas, a começar pelo atraso na divulgação do cronograma do exame. O Inep cogitou realizar as provas em janeiro de 2022, mas voltou atrás; no entanto, esta edição tem o menor número de inscritos desde 2009, quando a nota do exame passou a ser usada para o acesso ao ensino superior, com apenas 3.109.762.
De acordo com o edital, os estudantes que tiveram isenção na taxa de inscrição no exame de 2020 mas não compareceram para fazer as provas e não justificaram com atestado médico perderam o direito à isenção da taxa neste ano.
Partidos de oposição e entidades estudantis entraram com uma ação contra a cláusula e, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o MEC (Ministério da Educação) abriu novamente as inscrições, mas para atender a esses participantes que perderam o direito de isenção.
Duas semanas antes da realização do Enem, pelo menos 37 servidores pediram demissão do Inep. Os funcionários alegaram falta de gestão da direção da autarquia e assédio moral. O presidente da autarquia, Danilo Dupas, foi chamado à Câmara dos Deputados para esclarecer a debandada, argumentou se tratar “de uma questão interna do instituto”, mas garantiu a realização do exame. No Senado, Dupas reforçou que o exame seria realizado neste domingo e justificou a demissão em massa como sendo uma questão econômica.