Os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia pretendem fatiar o relatório final, aprovado na última terça-feira pelo colegiado, e enviar ao procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, os trechos e documentos específicos que se referem às autoridades com foro por prerrogativa de função, como o presidente Jair Bolsonaro, ministros de Estado e parlamentares federais.
Nesta quarta-feira, os membros da comissão entregaram a Aras o documento completo e informaram que irão fazer o “fatiamento”. Além de enviar ao procurador-geral da República, os senadores informaram que irão encaminhar a cada uma das instâncias e órgãos do Ministério Público (MP) os trechos que lhes competem.
Deverão, por exemplo, encaminhar ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) o capítulo relativo à operadora de Saúde Prevent Senior. À Procuradoria da República no Distrito Federal (PR/DF), vão enviar as apurações envolvendo o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello – já há procedimento aberto contra o general envolvendo a aquisição de vacinas contra Covid-19 durante a pandemia.
O procurador-geral da República, ao ser informado pelos senadores sobre a intenção em fazer a entrega do relatório em partes, não só concordou com a medida como afirmou que essa descentralização “racionaliza o trabalho” e permite que a avaliação seja feita de forma mais rápida pelo MP.
“Nós temos mais de 150 procuradores e promotores em todo o país que atuam desde o ano passado em assuntos relacionados à pandemia e que poderão contar com esse material para avançar no trabalho”, disse. Aras informou que uma equipe analisará, sob sua coordenação, todas as informações, e adotará as providências cabíveis.
Os senadores que integram a CPI se reúnem na tarde desta quarta-feira para discutir as providências envolvendo o “fatiamento” do relatório. A intenção é enviar tudo ainda hoje ao MP.