O presidente da Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), abriu a sessão desta quinta-feira anunciando o calendário de encerramento dos trabalhos. A cúpula quer que o relatório final seja lido em 19 de outubro e, no dia seguinte, votado pelos senadores.
Com o feriado de 12 de outubro, Aziz disse acreditar que o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), terá “tempo suficiente para elaborar seu relatório. Seria apresentado e, no dia 20, votado”. Uma mudança de planos ainda pode ocorrer, mas, segundo o presidente, seria uma exceção.
Só se houver um fato muito grave, relevante, do ponto de vista novo e não daquilo que a gente vem tratando. Sobre tratamento precoce, imunização de rebanho, vacina, um fato extra pauta que até hoje não foi tratado aqui. Aí abriremos exceção.”
A ideia é que os membros tenham acesso ao texto do relatório dias antes, para que possam estudar o documento. Aziz pediu para que a entrega fosse feita em 16 de outubro, com leitura no dia 19 e votação na sessão seguinte. “Acertadíssimo”, respondeu Calheiros.
Oitivas
Para a próxima semana de trabalhos, a cúpula da CPI quer realizar uma última rodada de depoimentos. Na terça-feira (5/10), quem deve comparecer é o empresário Carlos Alberto de Sá, sócio da VTCLog, contratada para receber e distribuir vacinas contra a Covid. A empresa de logística é suspeita de ter feito pagamentos ao ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, também investigado pela CPI e um dos que será indiciado no relatório final.
Na quarta-feira (6), os senadores querem ouvir um dos médicos que atuaram dentro da Prevent Senior e que fazem parte do rol de profissionais que denunciaram a operadora de saúde de realizar experimentos com uso do ‘kit covid’ sem autorização dos familiares de pacientes e aval da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) realizam a interlocução.
O depoimento que deve encerrar os trabalhos da CPI busca ouvir um dos representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O objetivo é aprofundar nas investigações mirando a Prevent Senior. Após as revelações na comissão, a ANS autuou a rede por constatar “indícios de infração”. A justificativa é que a Prevent deixou “de comunicar aos beneficiários as informações estabelecidas em lei”.