MP determina afastamento do prefeito de Cachoeirinha por suspeita de desvio de dinheiro

Miki Breier é investigado em razão de suposto favorecimento em licitações

Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão no RS e em SP. Foto: Ministério Público/Divulgação

O prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), foi afastado do cargo pelos próximos 180 dias em razão de supostos favorecimentos em licitações de concorrência pública. Nesta quinta-feira (30), o político foi alvo de duas operações do Ministério Público. A primeira delas, chamada de Proximidade, é fruto da investigação sobre o contrato de limpeza urbana do município.

Já a segunda recebeu o nome de Ousadia, e trata sobre a tentativa frustrada de direcionar a escolha de uma empresa para a manutenção da malha viária. Segundo o MP, os desvios começaram em 2017 e garantiram lucros milionários, na ordem de 45% do montante contratado, aos envolvidos. O esquema teria tido início, justamente, com a licitação para a coleta do lixo, sendo ampliado em certames posteriores.

Os empresários favorecidos mantêm uma relação próxima com Breier. Na lista, destacam-se os proprietários da SKM Empreendimentos e do Comércio Eireli, envolvidas na suposta fraude contratual do setor de limpeza urbana. Além de ilegalmente direcionado, o contrato que previa o recolhimento de resíduos nas ruas, a conservação e a manutenção de prédios públicos teria sido superfaturado e sobreprecificado.

Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em razão das operações do MP. As ordens judiciais correspondem a endereços situados em Cachoeirinha, Gravataí, Charqueadas, Porto Alegre, e nas cidades paulistas de São Paulo e Itu. A sede da prefeitura foi vasculhada, assim como a de três empresas que prestam serviços para o município e residências de agentes políticos locais.

Afastamento

Além de Miki Breier e do secretário da Fazenda de Cachoeirinha, Elvis Valcarenghi, seis integrantes da administração de Cachoeirinha ficarão afastados dos cargos pelos próximos seis meses. Conforme decisão da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), os servidores não terão acesso à sede da prefeitura e demais prédios públicos municipais até o fim do período.

Até o momento, a investigação aponta indícios de que tenham sido cometidos os crimes de corrupção ativa e passiva, responsabilidade, desvio de verba pública, dispensa indevida de licitação, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A equipe da Rádio Guaíba fez contato com a assessoria de imprensa e os advogados dos envolvidos; ainda não houve resposta à ação do Ministério Público.