Concluída retirada da estátua do Laçador para restauração, em Porto Alegre

Monumento teve fissuras e rachaduras constatadas ainda em 2016

Foto: Guilherme Almeida/CP

Patrimônio histórico de Porto Alegre desde 2001, a estátua do Laçador deixou o sítio onde fica instalada, na zona Norte da cidade, para que possa passar pelo processo de revitalização. Nem mesmo a chuva que caiu durante a tarde impediu a presença de um grupo de cavalarianos, que acompanhou, desde a remoção da estrutura, de quatro toneladas, até o translado do monumento a um hangar localizado na zona Norte. Retirado com auxílio de uma grua, o Laçador seguiu, na horizontal, de caminhão, até o local onde vai ser restaurado.

Considerada um dos maiores símbolos da cultura no Rio Grande do Sul, a estátua teve constatadas fissuras e rachaduras, ainda em 2016. Com início do projeto de restauração e manutenção, a cargo do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS) e da Associação Sul Riograndense da Construção Civil – com o apoio da prefeitura, que entra como co-realizadora -, a expectativa é de que as obras durem quatro meses e meio.

O coordenador do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico, Zalmir Chwartzmann, comparou a ‘uma operação de guerra’ a remoção da estrutura, criada pelo escultor Antônio Caringi e inspirada no folclorista Paixão Côrtes. Uma investigação prévia apontou que parte da estátua havia sido fixada no concreto, o que o Sinduscon desconhecia.

Sobre a discussão em torno da mudança de local, Chwartzmann defendeu que a estrutura fique em uma área adequada, que pode ou não ser a atual. Ele criticou a presença constante de carros de aplicativos no entorno do Laçador, usado como uma espécie de ponto de parada para a espera de corridas na zona Norte. “Do jeito que está, não é digno de um monumento como esse”, observa.

“Presente para Porto Alegre”

Antonella Caringi de Aquino, neta mais velha do escultor, acompanhou todo o processo de retirada do monumento. Ela não esconde a alegria pela revitalização da obra do avô. “Vai ser um presente para Porto Alegre, inclusive um resgate da memória do artista. Isso que eu venho trabalhando, resgatar a memória do artista e toda essa ligação que ele tem com o Estado através das obras regionalistas. Acredito que vai voltar de cara nova”, aposta.

Sobre a discussão em torno do local, Antonella defende que continue o mesmo. “Sou da opinião que não se deve trocar obras de arte do lugar”, ressalta.

O custo total de realização da obra é de R$ 900 mil, sendo R$ 810 mil captados através da Lei de Incentivo à Cultura, do Governo do Estado, e R$ 90 mil de aporte da Prefeitura de Porto Alegre. A revitalização conta ainda com o patrocínio da Gerdau e Sulgás e apoio da JOG Andaimes, Elevato e Ministério Público do Rio Grande do Sul.