O Rio Grande do Sul e mais 11 estados brasileiros apresentaram tendência de queda dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Na contramão, apenas três estados mantiveram sinal de crescimento: Espírito Santo, Piauí e Rondônia. De acordo com o boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira, cerca de 99% dos casos de SRAG com identificação laboratorial de vírus respiratório são referentes ao novo coronavírus. Os dados são analisados a longo prazo (últimas seis semanas), até a Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 12 a 18 de setembro.
Dentre os demais, 12 apresentaram sinal de queda na tendência de longo prazo: Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Além disso, seis unidades federativas apresentaram sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três semanas): Amapá, Amazonas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Tocantins.
Ao contrário do que ocorreu em diversos outros países, a variante Delta não implicou em um aumento exponencial dos indicadores da epidemia no Brasil. “Mesmo o Rio de Janeiro, principal fonte de preocupação nos últimos meses, já interrompeu essa tendência e registrou queda em semanas recentes”, observa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Gomes ressalta que embora ainda não seja possível garantir “que o pior já passou”, ou sequer estabelecer com precisão o que levou a essa situação excepcional, o cenário atual é positivo. Entre as justificativas que podem explicar o porquê dessa diferença, ou seja, da variante Delta não ter avançado no país, ele cita a “proximidade em relação aos picos recentes, e extremamente elevados em março e maio, fazendo com que o número de pessoas recentemente expostas e que ainda possuem algum nível de imunidade tenha sido relativamente alto”.
Além disso, ele observa que a própria concomitância com o avanço gradual da vacinação, inclusive acelerada nos últimos meses, impediu o avanço da nova variante. “Embora a cobertura de segunda dose ainda esteja distante do patamar considerado ideal para proteção coletiva”, explica.