O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), mantém-se firme na posição de não convocar, por hora, a sessão da comissão que deve sabatinar o indicado para vaga no STF, André Mendonça. Como se trata de votação secreta, tanto na CCJ, quanto no plenário da Casa, a área técnica do Senado informou que não houve, até o momento, nem mesmo o acerto entre Alcolumbre e o presidente Rodrigo Pacheco para a convocação de um esforço concentrado para a sessão. O tema está longe de entrar na pauta da Comissão na semana que vem, tomada por outros itens.
Entre os motivos da irritação de Alcolumbre está a atuação de aliados de Bolsonaro, em campanha por Mendonça junto às bases dele no Amapá. O senador ouviu de apoiadores estaduais que o pastor evangélico Silas Malafaia o acusou de perseguição religiosa, por postergar a sabatina. Alcolumbre é de origem judaica.
Em manifestação indireta sobre a alegada polarização entre evangélicos e judeus, o presidente da Conib – Confederação Israelita do Brasil – divulgou artigo, no dia 6, rechaçando a ideia. “Reafirmamos que somos plurais e respeitamos todos, da mesma forma que queremos nos fazer respeitar”, escreveu Cláudio Lottenberg.
A menção a Augusto Nardes, feita na tarde desta sexta pelo presidente Bolsonaro, aumentou os rumores de que o presidente possa estar cogitando a substituição de Mendonça por outro nome. Bolsonaro nega publicamente essa intenção. O próprio ex-ministro também não se mostra inclinado a desistir da vaga no Supremo, como circulou na imprensa.