Em vídeo a Bolsonaro, líder dos caminhoneiros diz que sua vida foi destruída

Caminhoneiro que organiza as paralisações cobra do presidente que se posicione oficialmente pedindo liberação das pistas

Defesa do caminhoneiro pede que ele possa cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira Foto: Twitter/Reprodução

O caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como Zé Trovão, responsável por organizar as paralisações da categoria pelo país, postou um vídeo na madrugada desta quinta-feira (9) no qual afirma que sua vida “foi destruída” por coordenar os protestos.

Na gravação, que começou a circular nas redes sociais nesta tarde, Zé Trovão duvida do áudio em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, conclama a categoria a liberar as vias do país sob risco de os atos prejudicarem ainda mais a economia brasileira.

“Hoje é dia 9 de setembro de 2021, são exatamente 1 hora e 35 minutos da manhã, vocês podem ver minha cara de cansado aqui, estamos o dia inteiro lutando. E agora está rodando nas redes sociais que o presidente da República fez um áudio que vazou pedindo para que os caminhoneiros abrissem, liberassesm as pistas e voltassem a trabalhar”, afirmou no início da postagem.

Em dúvida se o áudio de Bolsonaro é falso ou verdadeiro, Zé Trovão cobra o presidente para se posicionar. “Se o senhor quer mesmo que a gente volte a trabalhar, eu tenho duas coisas a dizer ao senhor: primeiro, a minha vida está destruída, porque eu estou hoje sendo perseguido polticamente, com mandado de prisão e passando por tudo, com risco de nunca ver minha família. Porque eu não vou para a cadeia porque não sou bandido.”

Em seguida, ele pede para Bolsonaro fazer um esclarecimento oficial. “Nós queremos que o senhor fale para o povo brasileiro isso, que o senhor faça um vídeo, fale a data, fale o dia, e que o senhor peça para nós, caminhoneiros, abrir, porque aí sim nós vamos pedir para liberar as pistas. Sem isso, presidente, eu não vou fazer.”

Zé Trovão diz ainda que sempre apoiou o presidente e seu governo. “Veja bem tudo o que está acontecendo, não só na minha vida, mas na de tantos como Wellington Macedo, Oswaldo Eustáquio, Sara Winter, [deputado] Daniel Silveira, que está preso. Então nós precisamos resolver tudo isso. Porque o Brasil não pode continuar desse jeito, presidente. Nós precisamos de uma resposta do senhor.”