Servidores da Carris prometem a realização de mais um ato em defesa da empresa pública de transporte de Porto Alegre nesta quarta-feira. Os membros da Frente Ampla em Defesa da Carris e do Transporte de Qualidade iniciarão uma vigília às 04h00, em frente ao portão de acesso a garagem da empresa, e, às 10h00, irão até a Prefeitura Municipal de Porto Alegre de ônibus fretado pelo grupo.
Na sequência, os presentes caminharão até a Câmara de Vereadores de Porto Alegre pela Avenida Mauá. O objetivo da ação será protestar contra a votação do Projeto de Lei 013/21 que pretende desestatizar a Carris e está prevista para ocorrer na data. Marcelo Weber, membro da comissão dos funcionários, afirma que os rodoviários também são contra a demissão de trabalhadores e extinção do cargo de cobrador.
Nessa segunda-feira, a categoria foi mais uma vez até o Paço Municipal para apresentação de um projeto alternativo que garanta a sobrevivência do modelo apenas com algumas alterações administrativas, como a criação do Fundo Municipal de Transportes composto por fontes de recursos não tarifários que seria gerido pela EPTC ou a EPTC assumir a gestão da bilhetagem eletrônica e da CCT, criando mecanismos de remuneração das empresas pelos serviços prestados tendo indicadores de desempenho operacional, custos, qualidade e de avaliação dos serviços pela população usuária.
Motoristas e cobradores estão em greve desde o dia 2 de setembro, data em que após tentativa de negociação com o Poder Executivo, sem sucesso, a categoria decidiu parar até a resolução da pauta. Através de determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS) , é obrigatório manter a circulação da frota da Carris em 65%. Na decisão, o desembargador Francisco Rossal de Araújo afirma que a atividade é essencial, e deve ser mantida.
A privatização
No dia 15 de junho, a prefeitura encaminhou a desestatização, por meio de privatização ou extinção, da Carris. O texto do projeto de lei 013/2021 autoriza o Município a alienar ou transferir, total ou parcialmente, a sociedade, seus ativos, participação societária direta ou indireta, inclusive o controle acionário, transformar, fundir, cindir, incorporar, liquidar, dissolver, extinguir ou desativar, parcial ou totalmente a Carris.
A companhia, segundo o Executivo municipal, é a única estatal que ainda opera nas capitais brasileiras, e tem um déficit mensal de R$ 6 milhões por mês. Em 2021, serão injetados R$ 72 milhões de verbas públicas na Carris. Com a desestatização, será mantido 100% do atendimento das linhas, só que pela iniciativa privada, não onerando o erário público.