A greve dos trabalhadores da Carris, em vigor desde a semana passada, ganhou novos contornos nesta segunda-feira (6). A iminente votação do projeto de privatização da estatal fez com que os servidores alterassem o foco da mobilização. Agora, a maior parte da categoria está concentrada em frente à Câmara de Vereadores.
A mudança, aprovada em assembleia, motivou ainda uma caminhada entre o terminal da linha T6, localizado no bairro Azenha, e a sede do Parlamento municipal. A intenção dos rodoviários é gerar engajamento para a causa, conquistando apoio popular na tentativa de barrar a venda da companhia, que tem 149 anos de história.
“A vigília será dividida. Um grupo menor vai ficar em frente à garagem e um maior estará na sede do Legislativo. Depois da sessão, se o projeto não for votado, voltamos para a sede da empresa. E na quarta vamos novamente”, explica o delegado sindical da Carris, Maximiliano da Rocha.
O representante estima que, hoje, 65% da frota esteja nas ruas. Se confirmado, o contingente atende à decisão judicial que prevê a manutenção dos serviços em meio à paralisação. A greve foi, mais uma vez, criticada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) – que, nas redes sociais, afirmou que a categoria “não está preocupada com a cidade”.
“Os vereadores da base do governo estão bem resistentes, bem fechados nesta proposta de entregar a Carris para os empresários. Não estão nos ouvindo. Eles ficam dizendo que isso vai ser bom para nós. Mas temos vereadores nos apoiando e estaremos lá para fazer a resistência”, ressalta.
Texto deve ir à votação na quarta-feira
Em entrevista à colunista do Correio do Povo e apresentadora do Esfera Pública, Taline Oppitz, o líder do governo na Câmara, vereador Idenir Cecchim (MDB), afirmou no final de semana que o texto não será colocado em votação nesta segunda-feira, véspera do feriado da Independência.
Segundo o parlamentar, o placar de 21 votos favoráveis à matéria de extinção da função de cobrador serve de termômetro para os demais cargos, e, inclusive, pode ser ampliado. A tendência é de que os debates, em plenário, sejam realizados na quarta. A sessão terá início à tarde, e deve se estender até à noite.