Com 5,4 mil mortes, Porto Alegre registra redução de óbitos por Covid-19

Cobertura vacinal na Capital é considerada boa por especialistas

Segundo o Conass, a taxa de letalidade do coronavírus no Brasil é de 2,3% |Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Um ano e cinco meses após a confirmação do primeiro óbito em Porto Alegre por conta do coronavírus, a pandemia da Covid-19 já tirou a vida de 5.490 porto-alegrenses. Se no segundo semestre do ano passado o número de mortes parecia ter estabilizado num patamar elevado, com média de 302 por mês, no começo deste ano a doença ganhou força e voltou a se disseminar com facilidade entre a população, resultando na morte de 3.276 pessoas no período – quase 60% do total registrado desde o início da pandemia.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), março deste ano foi o mês mais letal da epidemia na Capital, com 1.437 vítimas fatais, seguido de abril – que contabilizou 702 óbitos. Somados, março e abril apresentaram mais mortes por Covid-19 do que todo segundo semestre do ano passado, quando foram confirmados 1.812 vítimas fatais em decorrência de complicações da Covid-19. Naquele semestre, em média, foram 302 mortes por mês. Depois de enfrentar o pico da doença este ano, o avanço da vacinação na Capital ajudou a frear o contágio e evitar maior número de mortes.

Com aceleração da vacinação da população, o número de mortes vem apresentando queda desde abril, chegando a 131 vítimas fatais em agosto. Conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre, desde o início da pandemia 178.830 pessoas tiveram diagnóstico confirmados para Covid-19. E mais uma vez o mês de março bateu recorde de contaminações, com 24.551 casos confirmados, seguido de fevereiro, com 18.333. Os meses seguintes voltaram a apresentar redução das contaminações, mais uma vez reflexo do avanço da imunização.

Especialista diz que cobertura vacinal é boa na Capital

Coordenadora do Grupo de Trabalho de enfrentamento ao coronavírus do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Beatriz Schaan explica que apesar da identificação da variante Delta em hospitais da Capital, não houve aumento expressivo da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). !Como ela contamina mais facilmente, tem pouco mais de casos, não é muito alto, pouco mais, mas deixando muito claro que a maioria dos casos com sintomas leves. Nenhum aumento de casos no CTI, que tem ocupação bem baixa, por volta de 40% da UTI Covid-19, são casos leves a moderados”, observa.

Beatriz afirma que a cobertura vacinal da Capital está avançando em bom ritmo, com muitas pessoas vacinadas com a primeira e segunda doses, especialmente na faixa etária acima de 60 anos. “Isso provavelmente protege as pessoas mais vulneráveis que costumavam ser os casos mais graves”, assinala. Ela reforça, no entanto, que não houve ‘retorno à vida normal’. “A (aglomeração na) orla não é o maior problema, mesmo com muita gente, é ao ar livre, uma situação muito melhor que festas, bares e restaurantes e outros locais fechados. Claro que esse tipo de aglomeração vai trazer maior número de casos, mas isso tudo é uma hipótese”, completa.

Beatriz destaca que tem acompanhado os números de testes positivos, que têm apresentado leve crescimento. “A gente sabe que pode vir aumento maior, porque a Delta é mais contagiosa, mas a vacinação vai cumprir seu papel para evitar casos graves”, frisa. “É muito importante que as pessoas idosas, mesmo vacinadas, mantenham cuidado, até porque vacinação com duas doses protege bastante mas não é 100%, como esses casos estão mostrando que não é 100%”, completa.

Mortes:

março/2020: 2
abril/2020: 13
maio/2020: 23
junho/2020: 57
julho/2020: 267
agosto/2020: 374
setembro/2020: 312
outubro/2020: 271
novembro/2020: 268
dezembro/2020: 320
janeiro/2021: 256
fevereiro/2021: 354
março/2021: 1.437
abril/2021: 702
maio/2021 – 286
Junho/21 – 241
Julho/ 21 – 176
Agosto/21 – 131