Advogada de Bolsonaro citada na CPI: ‘Fazer churrasco não é crime’

Karina Kufa negou vínculo com compra ou venda de vacinas e testes para Covid

Foto: Reprodução/Instagram

Citada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, a advogada do presidente Jair Bolsonaro, Karina Kufa, divulgou uma nota em resposta às menções feitas ao nome dela, na semana passada. Segundo Karina, os integrantes da comissão tentaram vinculá-la “de forma irresponsável às supostas irregularidades na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde”. Senadores disseram que houve jantar na casa de Karina com lobistas da Precisa Medicamentos (que tentou vender a vacina indiana Covaxin).

“Os malabarismos verbais, os comentários maliciosos e sem qualquer fundamento, me pareceram uma manobra da oposição para desgastar o presidente da República. Sem elementos concretos para enquadrar o chefe do Executivo, partiram para o ataque sem reservas contra mim e contra outras pessoas próximas a ele”, escreveu, negando ter “qualquer vínculo com a compra ou venda de vacinas e testes para Covid”.

Karina afirmou que não advoga “para nenhuma empresa contratada na pandemia” e que não conhece representantes da Precisa. A empresa fechou um contrato com o Ministério da Saúde para venda de 20 milhões de doses da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, a R$ 1,6 bilhão. O governo cancelou o contrato, na última semana, após as denúncias feitas no âmbito da comissão.

Na última quinta-feira, a CPI ouviu José Ricardo Santana, ex-secretário-executivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os senadores apontaram a suposta atuação dele como lobista da Precisa, assim como a do advogado Marconny Albernaz. No decorrer da oitiva, perguntaram a Santana se ele havia conhecido Marconny em um jantar na casa de Karina em 23 de maio. O depoente alegou não se lembrar, mas confirmou conhecer Karina e que se encontra esporadicamente com a advogada.

“Fazer churrasco não é crime; conhecer pessoas não é crime; o anfitrião não está obrigatoriamente vinculado aos atos, anteriores ou posteriores, dos convidados. Devo dizer também que, no momento oportuno, buscarei reparação na Justiça contra todos aqueles que, de má-fé, propagam insinuações maliciosas e produzem fake news para manchar o meu nome”, acrescentou a advogada, na nota.

Durante o depoimento da última semana, o senador Humberto Costa (PT-PE) perguntou se desse jantar participou também o filho do presidente da República Jair Renan. A reportagem do R7 perguntou à advogada se ela tinha como esclarecer a questão, mas não houve resposta.