O diretor-presidente da empresa Fib Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, que teve depoimento marcado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 para esta quarta-feira, pediu aos senadores para que a oitiva seja adiada por, ao menos, um dia. Pereira solicitou prazo para que possa reunir mais subsídios e documentação.
O pedido do empresário não deve ser acatado, segundo o senador Humberto Costa (PT-PE). A Fib Bank presta serviço de garantia de fianças e atuou como garantidora do contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, segundo os senadores.
A Precisa firmou contrato com o governo para venda de 20 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech. O vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a Fib Bank não é uma instituição bancária e que não está “regularmente amparada para garantir um contrato dessa natureza”.
Os senadores dizem ainda que o advogado e empresário Marcos Tolentino da Silva é sócio oculto da empresa. O senador Humberto Costa disse, na última semana, que a intenção é também ouvir Tolentino – que compareceu à CPI no dia em que Ricardo Barros prestou depoimento. O advogado nega que seja sócio do FIB Bank e garante ser presidente, há mais de 15 anos, do canal de televisão Rede Brasil.
A CPI ouviu nesta terça-feira o sócio da empresa Belcher Farmacêutica, sediada no Paraná, Emanuel Catori. A empresa chegou a firmar um contrato de intenção de compra com o governo brasileiro para venda de 60 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês CanSino, no valor de R$ 5 bilhões. Em meio às apurações da comissão, o laboratório rompeu o acordo com a Belcher.
A intenção dos senadores é concluir todos os trabalhos entre 15 e 25 de setembro, antecipando o prazo final da comissão, autorizada a seguir até 5 de novembro.