Aproximadamente seis mil indígenas de todo o país se reúnem em um acampamento montado na Praça da Cidadania, na Esplanada dos Ministérios, onde ficarão instalados por uma semana para reivindicar direitos por demarcação de terras. O motivo principal da mobilização é o julgamento do chamado marco temporal, tese que delimita a reivindicação de espaços pelos povos indígenas somente quando ocupados antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, que vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira.
Os indígenas são contra o marco por temerem perder o direito a terras em processo de demarcação. “Nossa luta continua sendo por território, nosso direito originário”, salienta Célia Xakriabá, líder do povo Xakriabá.
O grupo pretende marchar até o Supremo na quarta-feira. Também deve protestar em frente ao Congresso Nacional. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), outros projetos em discussão no Legislativo compõem uma agenda anti-indígena.
As reivindicações incluem, ainda, uma série de programação de plenárias, agendas políticas em órgãos do governo federal e embaixadas e outras manifestações públicas até sábado.