O Paraná detém o maior número de registros da variante Delta do novo coronavírus no Brasil. Na última semana, o Estado confirmou três casos novos da cepa. Somado às ocorrências anteriores, são sete diagnósticos na região, que contabiliza três mortes em decorrência da variante. A Secretaria de Saúde do Paraná informou, na sexta-feira, a terceira morte pela variante Delta em Mandaguari, município próximo à cidade de Maringá. O registro é de um homem de 28 anos, internado no início de abril. O jovem chegou a ter alta, mas retornou à unidade hospitalar em junho e precisou ser intubado. O paciente faleceu no último dia 29.
O Paraná confirmou, ainda na sexta, outros dois casos da variante. O primeiro, envolvendo um homem de 60 anos, morador de Francisco Beltrão, que começou a ter sintomas no início de junho. O paciente chegou a ser internado com auxílio de suporte ventilatório, mas teve alta no dia 18. Já em casa, ele segue em monitoramento clínico. O segundo envolve uma mulher de 59, residente em Rolândia, que recebeu alta no dia 12 de junho e também segue monitorada.
Anteriormente, o Estado havia confirmado outros quatro casos no município de Apucarana. Os pacientes tiveram contato entre si. Um deles havia recém retornado do exterior. As outras três ocorrências foram consideradas “isoladas”, segundo nota emitida pela pasta local de Saúde. O Paraná ainda não declarou transmissão comunitária da cepa.
Na sexta, o governo estadual começou junto ao Ministério da Saúde uma investigação ampliada a fim de aumentar o rastreamento da variante nas quatro cidades (Mandaguari, Francisco Beltrão, Rolândia e Apucarana).
No estado vizinho, Santa Catarina, o município de Joinville investiga duas possíveis infecções pela cepa. São moradores da cidade que estiveram no Paraná, no início de abril, e se encontraram com um dos contaminados pela variante.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que está conduzindo uma investigação epidemiológica local com todos que entraram em contato com a dupla, mesmo os que não apresentaram agravamento no caso.
Outros dois casos são investigados no Rio Grande do Sul, a partir de pacientes que residem em Gramado e Santana do Livramento. É a primeira vez que casos suspeitos dessa linhagem do vírus foram observados em cidades gaúchas, segundo comunicado da pasta estadual de Saúde. As amostras foram enviadas à Fiocruz, no Rio, e o resultado é esperado para sexta.
Avanço no Brasil
Ao menos 20 contaminações pela mutação já foram registradas no País. O Maranhão é o segundo Estado com maior número de infecções pela cepa, com seis casos confirmados e, entre eles, uma morte.
No Centro-Oeste, Goiás computa dois casos da Delta. No início de junho, a cidade de Goiânia chegou a afirmar que a região tinha transmissão comunitária da variante, mas a gestão municipal voltou atrás após detectar que a paciente contaminada entrou em contato com um homem de Moçambique, infectado.
Três Estados do Sudeste também reportaram ocorrências da cepa. Minas e São Paulo confirmam um caso cada. Em São Paulo, porém, o governo estadual considera a existência de transmissão comunitária da linhagem.
“Temos uma variante que já é autóctone, ou seja, ela já está circulando no nosso meio em pessoas que não tiveram histórico de viagens ou que tiveram contato com alguém que esteve, por exemplo, na Índia, e, dessa forma, temos de ter uma atenção especial”, disse na última quarta-feira o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, em coletiva de imprensa.
O Rio de Janeiro já comprovou três casos da Delta. O Estado, contudo, investiga outras possíveis contaminações e a hipótese de transmissão comunitária.
*Com informações da Agência Estado